O senador Sérgio Petecão, presidente da executiva estadual do PSD, negou ao a24horas na tarde desta terça-feira, 19, que esteja tendo algum tipo de desgaste com os deputados Eduardo Ribeiro e Pablo Bregense, ambos filiados à sigla, que na sessão de hoje da Assembleia Legislativa desabafaram e expuseram descontentamentos com os rumos que o partido vem tomando.
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“Tão mentindo, não procede. Todos foram convidados antecipadamente. Na sexta eu estava com o Eduardo, ele sabia, agora eu não tenho culpa se ele tinha demandas no Alto Acre e não compareceu. Agora o Bregense, ele me justificou a não ida devido a uma agenda em Sena Madureira e eu entendi. Todas as decisões do PSD são debatidas com eles, são comunicadas a ele. Não existe essa história de a reboque”, disse o senador, fechando qualquer atrito com os parlamentares de seu partido.
Petecão afirmou ainda que o apoio do PSD a Marcus Alexandre não está sacramentado e que uma decisão deve ser tomada só no ano que vem. “Conversamos com o MDB, conversamos com o Marcus e vamos conversar com todos os candidatos que quiserem conversar. Não tem nada definido”, frisou.
Entenda o caso
A “lavagem de roupa suja” começou quando o deputado Eduardo Ribeiro resolveu expor seu descontentamento com supostos comentários de dirigentes do MDB que participaram de um encontro com membros do PSD no último final de semana na Tenda Amarela, com o objetivo de alinhar uma aliança entre a siglas para apoiar o pré-candidato emedebista Marcus Alexandre na disputa da prefeitura de 2024. Os “cabeças brancas” teriam dito que Ribeiro não teria participado do ato por ter medo do governo e perder cargos. Ao saber disso, o parlamentar retrucou na tribuna da casa legislativa e afirmou que a executiva municipal do PSD, a qual ele preside, sequer fez parte da mesa, dando a entender que não havia sido convidado para o ato.
“A reunião foi realizada pelo diretório estadual e o diretório municipal estranhamente sequer fez parte da Mesa”, disse, afirmando que mesmo assim estaria presente se pudesse. “O que causa estranheza é dizer que havia indefinição de minha parte”, disse, afirmando que alguns “cabeças brancas” apostaram que ele não iria à reunião por medo do governo. “Minha postura sempre foi de bem para a sociedade acreana”, disse, relatando que apesar de base do governo, apresentou projetos contra determinadas situações, como a “carona imoral” da Secretaria de Educação.
“Não houve respeito à construção de aliança no MDB e não está havendo no PSD”, disse, rechaçando temor ao governo. “Debaixo de tenda amarela ou azul, se o espetáculo desagradou, não venham culpar a plateia”. Corroborando com o discurso do colega, Pablo Bregense foi mais duro ao citar que a “soberba precede a queda”.
“Estão achando que vamos a reboque”, disse, também criticando não ter sido chamado à reunião entre PSD e MDB. “Aqui não estamos visando projetos individuais, mas por projetos coletivos, que venham a engrandecer nosso partido”, disse, alertando que também não vai a reboque tanto nas questões do governo quanto no PSD.
O caminho de algumas alianças é estranho: “Às vezes me sinto fora e vejo meu companheiro (Eduardo Ribeiro) fora”, disse. Em aparte, o colega Eduardo Ribeiro disse que o que começa errado termina errado e o que falta é discutir projetos e não nomes. “Que os nossos cabeças brancas não sejam cabeças duras”.