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364 aguenta mais omissão e populismo?

De Flaviano Melo, passando por Edmundo Pinto e Orleir Cameli, sem esquecer Jorge Viana, Binho Marques e Sebastião Viana, todos, em maior ou menor grau, mas todos sempre tentaram se projetar com a agenda da BR-364. Uns mais; outros menos. Uns, de forma mais ostensiva; outros de forma mais sofisticada.


Alguns não podiam plantar meio metro de asfalto que achavam que mereciam um flash. Outros deixavam que amigos estratégicos eleitoralmente se projetassem no trabalho ao longo da BR. O fato é que há uma unidade que atravessa o tempo: essa estrada sempre acolheu muitos interesses, sobretudo muito dinheiro e muito voto.


Essas expedições organizadas pelo Dnit e Governo do Estado servem para quase nada, na prática. É uma cena midiática na essência. É feita para fotógrafos, cinegrafistas e um ou outro colunista estratégico. Para o povo mesmo… de pouca serventia tem. O povo olha aquelas agendas já combinadas em Sena Madureira, Feijó ou Tarauacá e, finalmente, em Cruzeiro do Sul com distanciamento e cansaço.


É o mais do mesmo. Os deputados federais perfilados, junto com os deputados estaduais… um ou outro senador e, claro, a clássica disputa pelo microfone para discursar para assessores, os únicos atentos a alguma coisa. E a qualidade do que se debate, do que se expõe é uma mistura de nada, com coisa alguma, enlameada com senso comum.


O novo Programa de Aceleração do Crescimento, do Governo Federal, incluiu a BR-364. É a única obra acreana presente no PAC. Os dados divulgados oficialmente reforçam o que já se sabia por aqui: este ano, serão destinados R$ 300 milhões para reconstruir os trechos mais problemáticos. Caso o recurso seja usado integralmente, outros R$ 200 milhões serão enviados para as obras de manutenção.


Agora, um detalhe que não pode passar despercebido: a ausência do governador. Ele não estava presente. Mas não porque ele não queira se associar ao populismo que os amigos parlamentares se apressam em alimentar. Ele não participa porque não gosta. Diz estar em eventos empresariais no Sul Maravilha tentando convencer algum industriário a aventurar investir por aqui. Afinal de contas, quem resiste a um Rio de Janeiro em uma sexta-feira à noite?


O Dnit no Acre está sob o comando de Ricardo Araújo. É uma indicação direta do presidente da Apex e ex-governador Jorge Viana, o homem que, talvez, mas tenha tirado foto ao longo dessa estrada. Ricardo afirmou que todos os trechos estão cobertos por contrato. O que já é um alento porque significa que as brigas pelos preços das medições já foram superadas. Agora é tocar obra e fiscalizar.


O presidente Lula é outro que já já estará por aqui para tirar foto na BR-364. Ele mesmo quando estava no segundo mandato como presidente, quando Binho Marques governava o Acre, havia prometido asfaltamento até Cruzeiro do Sul. Justiça seja feita, o trânsito de veículos foi garantido. Havia balanças e fiscalização. Sem contar os alojamentos mantidos pelo Deracre para garantir manutenção mínima durante todo o ano.


O governo de Jair Bolsonaro não sabia qual o rumo da BR-364. O mais próximo que o ex-presidente chegou da estrada foi andar em uma moto (sem capacete) na ponta da Ponta do Abunã. Estrada de asfalto aqui por esta região do país não aguenta tanta negligência.


O Estado do Acre não pode permitir mais tanta ausência do Governo Federal nesse setor por aqui. Também não precisa alimentar o nascimento de uma elite política que um dia se deslumbrou tanto com o poder que só queria andar de Mitsubishi. Fez muito sucesso em um clip produzido por Narciso Mendes, na TV Rio Branco, acompanhado por um clássico da crônica política composto pelo artista Sérgio Taboada. “Vixe! Que chique…!”


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