O Programa da Jô Edição Podcast desta segunda-feira, 15, entrevistou o renomado médico acreano e cirurgião bariátrico, Dr. José Ricarte. O profissional falou de seu ofício, paixão pela medicina e os desafios e cuidados da cirurgia no Estado.
Médico desde 2000 pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, ele, além de ser muito conhecido nos corredores dos hospitais em Rio Branco, tem diversos seguidores nas redes sociais, que acompanham seu trabalho.
Casado e pai de 2 filhos, Ricarte é fundador da “Obesoclin” e criou após ver as necessidades dos pacientes na região, que iam além do alto cirúrgico, para a necessidade de tratamento psicológico e nutricional. “Eu costumo dizer que é um casamento, que você vai ter acompanhamento psicológico e ter cuidado na nutrição a vida inteira”.
O médico explica que possui 2 tipos de cirurgia, mas a principal realização é diminuir a capacidade de 1500 ml para 180 ou 80 ml. Uma mudança drástica, que requer uma série de tratamento antes e posteriormente, mas que pode ter um ótimo resultado, podendo ser perdido entre 40 e 50% do peso.
“Após o cálculo do IMC, passou dos 40, que é obesidade grau 3 ou mórbida, todos têm a indicação de tratamento cirúrgico, além desse paciente ter passado por um tratamento clínico e não conseguiu perder peso depois de 2 anos, estará livre para fazer a bariátrica”, disse José sobre quem pode participar do procedimento.
Segundo ele, quem consegue perder peso antes, emagrece mais após a cirurgia. Porque o procedimento vai fazer metade do trabalho, a outra metade vai depender do seu empenho. Além de ser indicado para pessoas com idade de 16 a 70 anos.
“Quem não pode fazer são aqueles que não podem ser submetido a anestesia geral, dependentes químicos que não tenham sido tratado ou estejam na vigência do tratamento, ou quem tem problemas psiquiátricos graves”, comentou.
Ele ainda explicou a diferença da bariátrica para a metabólica, sobre as técnicas utilizadas e disse que a realização não é feita para a estética. O doutor ainda fala, que no Acre, o índice de pessoas com sobrepeso, passa dos 60%. “Desses, em torno de 30 a 40% está na obesidade. Hoje a população do Acre é de 40% de obesos, um dos maiores índices do país”.
O profissional fala ainda se ainda é possível engordar após a cirurgia e as complicações e riscos do ato, mas diz que com o avanço tecnológico, é quase o mesmo que operar a vesícula.
“Existe, mas é bem pequeno, porque você se cerca de uma série de avaliações. Mas tem riscos de sangramento, já que estamos trabalhando com órgãos extremamente vascularizados, de abrir a cirurgia, mas nunca tivemos nenhum óbito”, afirmou.
Sobre quem mais faz o procedimento na capital acreana, apontou que as mulheres são mais corajosas, o que chega a quase 80% dos casos. “Os homens procuram um pouco menos. E a mulher faz todos os exames de rotina e começa a diagnosticar as comorbidades mais cedo”.
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