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Pesquisadores acreanos são co-autores de artigo científico publicado na revista Nature

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Um novo artigo publicado na revista inglesa Nature identificou regiões com floresta tropical, incluindo o Acre, que são mais susceptíveis à condições climáticas mais secas. Avaliou como a floresta amazônica lidará com o efeito da seca futura, em especial, com a redução da sua capacidade remover carbono do meio ambiente.


O trabalho foi liderado pela Dra. Júlia Tavares, como parte do seu doutorado pela Universidade de Leeds e supervisionado pelo Dr. David Galbraith. Dentre os 80 pesquisadores da Europa e América do Sul, oito tem ligação com a Universidade Federal do Acre- UFAC: Marcos Silveira e Sabina Ceruto, professores do Centro de Ciências Biológicas e da Natureza, e seis ex-alunos do PPG em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais, Martin Acosta, João Rodrigues, Renata Teixeira, Richarly Costa, Letícia Fernandes e Wendeson Castro.

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O trabalho reflete a preocupação da comunidade científica com a vulnerabilidade das árvores em relação às mudanças climáticas, especialmente no que diz respeito à mortalidade provocada pelos eventos recorrentes de secas severas.


O estudo foi financiado pelo Natural Environment Research Council do Reino Unido e pela
CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Fez parte do projeto TREMOR e envolveu uma equipe internacional de pesquisadores da Europa, Brasil, Peru e Bolívia.


“Muitas pessoas pensam na Amazônia como uma grande floresta, mas não é. Ela é composta por inúmeras regiões florestais que abrangem diferentes zonas climáticas, desde locais que já são muito secos até aqueles que são extremamente úmidos, e queríamos ver como esses diferentes ecossistemas florestais estão lidando para podermos começar a identificar regiões que estão em risco particular de seca e condições mais secas”, citou Julia Tavares.


A pesquisa realizada na escala da bacia Amazônica avaliou a eficiência das árvores quanto ao transporte de água pelo sistema condutor, e a resistência delas às pressões negativas provocadas pela falta de água no solo uma vez que a pressão negativa pode causar a cavitação do sistema condutor e a morte da árvore por embolia.


A eficiência no transporte de água varia entre as espécies. Há árvores que apresentam maior resistência ao estresse hídrico e garantem um suprimento suficiente de água antes que a embolia ocorra, enquanto outras sucumbem facilmente frente à escassez de água. Portanto, para a avaliar a resistência de diferentes espécies de árvores e de florestas, às condições de seca, os cientistas mediram 540 árvores e 129 espécies arbóreas durante um ano em 11 locais das regiões oeste, centro-leste e sul da Amazônia – abrangendo Brasil, Peru e Bolívia.


Eles usaram os dados para testar se a vulnerabilidade da floresta à seca poderia prever a sua capacidade de acumular e armazenar o carbono retirado da atmosfera.


A equipe de pesquisa quantificou a margem de segurança das árvores contra a morte relacionada à seca e prevê que as árvores do oeste e no sul da Amazônia correm um maior risco de morrer.


Na parte sul da Floresta Amazônica, onde o desmatamento é intensivo, historicamente houve mudança nos padrões climáticos, com queda nos níveis de chuva e estação seca mais longa, as árvores apresentaram maior grau de adaptação para lidar com a seca, mas um maior risco de morte. Em contraste, as espécies de árvores das partes mais úmidas da Floresta Amazônica mostraram um menor nível de adaptação à seca, mas eram as mais seguras em termos de riscos de mudanças climáticas futuras, porque, pelo menos até agora, não haviam sido impactadas por mudanças nas chuvas.


À medida que o risco de mortalidade por seca aumenta, a capacidade das árvores de armazenar carbono seria significativamente reduzida. A parte da Amazônia com maior estresse hídrico está na região sudeste. A análise revela que as árvores neste local não atuam mais como um armazenamento de carbono em grande escala.


Para o professor David Galbraith, da Universidade de Leeds, “A Amazônia está ameaçada por vários agentes, incluindo desmatamento e clima. Compreender os limites de estresse que essas florestas podem suportar é um grande desafio científico. Nosso estudo fornece novos insights sobre os limites da resistência da floresta a um grande agente de estresse – a seca. Nosso estudo revela como o risco florestal à seca varia em toda a Bacia Amazônica e fornece um mecanismo para prever o balanço de carbono no nível da floresta. As florestas que são “mais seguras” da mortalidade induzida pela seca estão acumulando mais carbono do que aquelas que enfrentam maior risco de mortalidade induzida pela seca.”, conclui


Nature é uma revista científica interdisciplinar britânica, publicada pela primeira vez em 4 de novembro de 1869. Foi classificada a revista científica mais citada do mundo pela edição de 2010 do Journal Citation Reports, sendo amplamente considerada uma das poucas revistas acadêmicas remanescentes que publica pesquisas originais em uma ampla gama de campos científicos. A Nature tem um público on-line de cerca de 3 milhões de leitores por mês.


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