O Sindicato dos Gestores de Políticas Públicas e Técnicos em Gestão Pública do Acre (Sintegesp) não recebeu bem o percentual de reposição salarial concedido pelo governo para os servidores estaduais, cuja aprovação na Assembleia Legislativa aconteceu nesta quarta-feira, 26. O projeto foi aprovado por unanimidade pelos deputados presentes.
Por meio de nota de repúdio, o Sintegesp disse que o Governo do Estado decidiu enviar à Assembleia Legislativa do Acre (ALEAC) um projeto de revisão geral anual (RGA) escalonada de 5,08% até o ano de 2026, sem chance de nenhum debate com as representações sindicais.
“De forma desprezível, as carreiras foram ignoradas em seus pleitos sem ao menos ter sido aberto um verdadeiro debate respeitoso de negociação, para o estudo das pautas e avaliação de impacto econômico-financeiro”, diz a nota.
Para o presidente da entidade, Gerliano Nunes, os 20,32% diluídos em quatro anos perderão o poder de reposição. Mesmo que o percentual fosse concedido agora e de uma só vez, apesar de ser um cenário muito melhor, não seria compensada a defasagem salarial dos servidores nos últimos anos.
“Ainda não cobriria, mas seria bem melhor, tendo em vista o poder de compra cada vez mais onerado pela inflação”, afirmou.
De acordo com o sindicalista, o modo como o reajuste foi concedido foi muito ruim do ponto de vista de um processo legítimo de negociação.
“Não houve chance de mesa de negociação. O governo tratorou e já chegou com uma proposta sem ouvir e negociar com os sindicatos”, acrescentou.
Referindo-se de maneira específica às categorias dos Gestores e dos Técnicos, o presidente do Sintegesp reforçou a opinião de que as duas carreiras são tratadas com desprezo pelo governo.
“Nos tratam com desprezo, difundido injustamente um falso discurso de que somos problemáticos, não queremos trabalhar, entregamos pouco e já ganhamos muito, quando estamos atuando para uma melhor gestão pública em todas as pastas do estado e estamos em 80% dos municípios”, concluiu.