Menu

Pesquisar
Close this search box.

Secretário de Infraestrutura de Rio Branco diz que não tem obrigação de atuar em invasões

Receba notícias do Acre gratuitamente no WhatsApp do ac24horas.​

O Secretário de Infraestrutura e Mobilidade Urbana de Rio Branco, Cid Ferreira, comentou o episódio da morte de Raimunda Joana Linhares da Silva, no bairro Caladinho, na noite de ontem (14), e disse que a prefeitura não tem obrigação de atuar em invasões. Segundo familiares e vizinhos, o atraso da ambulância por conta da lama no bairro pode ter sido decisivo para a morte da idosa de 73 anos.


Cid Ferreira lamentou a morte da idosa, mas diz que a Prefeitura não tem obrigação de fazer melhorias em loteamentos não inclusos no Plano Diretor. Mesmo assim, diante da solicitação de populares, a secretaria interveio na rua principal do bairro Caladinho, mas obras da EMURB em ruas vicinais foram atrapalhadas pelo período de chuvas. “Sou honesto em dizer que não sabemos se vamos conseguir intervir em todas as ruas do bairro, porque são muitas”, disse.

Anúncios


O secretário criticou ainda que invasões como o Caladinho são loteadas por terceiros, e depois a população exige a manutenção de vias que não estão incluídas no Plano Diretor do Município. “Não é fácil. A pessoa tem uma chácara, loteia, vende lotes do jeito que quer e depois a população que compra o lote fica cobrando a Prefeitura” disse o secretário.


Cid ressaltou que as áreas que já estão consolidadas serão incluídas no Plano Diretor da cidade para que a prefeitura tenha, então, possibilidade de fazer melhorias. Mas garantiu que a secretaria trabalha duro para impedir loteamentos e condomínios fora das regras de planejamento urbano.


Entenda o caso


A senhora Raimunda Joana Linhares da Silva, de 73 anos, morreu antes de receber o devido atendimento por problemas de infraestrutura no bairro Caladinho, na periferia de Rio Branco, onde morava. A informação é de familiares e vizinhos. O caso aconteceu na noite de ontem (14) e foi denunciado por uma rede social.


Segundo familiares ouvidos pela reportagem do ac24horas, por volta das 17:45, dona Raimunda, que tinha problemas cardíacos e pulmonares, começou a sentir uma pressão no peito, se queixando de dor intensa. A pastora Cosma Aquino e seu esposo foram solicitados para interceder espiritualmente pela situação, mas ao notar a gravidade, ligaram pedindo o socorro de uma equipe do SAMU.


Segundo narrado por testemunhas, a equipe do SAMU que atendia a ocorrência teria se perdido no bairro, tendo sido necessário que populares fossem ao encontro da ambulância. No entanto, os socorristas não teriam conseguido se aproximar da Rua Chapecoense, local da ocorrência, por causa da lama e passaram a fazer o percurso a pé. A família estima que, da ligação para o SAMU até a chegada na residência, os paramédicos tenham levado cerca de 50 minutos, mas acreditam que a demora está relacionada a dificuldade de acesso às ruas do bairro.


“Deixaram o carro lá em cima, os paramédicos vieram a pé. Disseram que teriam que levar até a ambulância, meu irmão levou nos braços. Quando estava perto da ambulância ela desmaiou, tentaram reanimar mas não deu. Chamaram a 01 só pra atestar o óbito”, disse Maria das Dores da Silva e Silva, filha de Raimunda, de 44 anos.


Maria Chaguinha da Silva e Silva, 37 anos, que também é filha de dona Raimunda Joana, não fez qualquer reclamação da equipe de saúde, mas acredita que o problema das ruas em péssimo estado no Caladinho tenha colaborado para a morte de sua mãe: “se tivesse chegado mais rápido, teriam conseguido salvar minha mãe. Estou arrasada. Não tenho explicação. Minha mãe era parceira, amiga, não sei o que fazer da minha vida daqui pra frente. Tenho 37 anos e nunca fiquei longe dela”, desabafou.


Raimunda Joana Linhares da Silva deixa 8 filhos e 5 netos, e teria um retorno com uma cardiologista na Fundação Hospital do Acre amanhã (16).


Procurada pela reportagem, a assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde do Estado disse que pelas informações disponíveis no sistema interno do Serviço Móvel de Urgência, o SAMU, uma ambulância chegou ao local da solicitação às 18:08, com chamado de prioridade amarela. No local a paciente apresentou sinais de parada cardíaca. Foram iniciados os primeiros socorros e com a chegada da Unidade de Suporte Avançado (01) às 18:23, após 40 minutos de tentativas de reanimação, foi declarado o óbito. Não houve qualquer relato de intercorrência.


INSCREVER-SE

Quero receber por e-mail as últimas notícias mais importantes do ac24horas.com.

* Campo requerido