Inspeção realizada pela Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia (Idaron), no período de janeiro a outubro do ano passado, em 1.765 propriedades rurais, confirmou a ausência da monilíase do cacaueiro em Rondônia, doença causada pelo fungo Moniliophthora roreri.
Foi o maior número de propriedades inspecionadas pela Idaron em um ano, desde 2012, quando a agência iniciou esse tipo de atividade.
Segundo ele, as ações de vigilância e prevenção a monilíase realizadas pela Agência contribuem para o desenvolvimento da cacauicultura no estado de Rondônia. “As ações realizadas são de grande importância para a cadeia produtiva do cacau, possibilitando maior segurança ao mercado e investimentos no setor produtivo”, destaca. Além dos levantamentos, são realizadas ações de fiscalização de trânsito e educação sanitária. O objetivo é prevenir a entrada da praga ou identificar possíveis focos ainda no estágio inicial, “possibilitando a contenção da praga”.
Além da inspeção, a Idaron trabalha com a educação sanitária, orientando produtores para prevenção da introdução de pragas nas lavouras.
No ano de 2021 o Mapa confirmou focos de monilíase do cacaueiro no Acre, nos municípios de Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima. Posteriormente, em 2022, foram confirmados novos focos no município de Tabatinga, no estado do Amazonas.
Os focos detectados na região do Acre estão sendo controlados pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado – IDAF-AC. No Estado do Amazonas iniciaram as ações para identificar a área de ocorrência da praga, atividade realizada pelo Mapa e pela Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas.
Devido ao risco de introdução da praga, o estado de Rondônia decretou emergência fitossanitária e criou uma força tarefa para prevenir a praga nas lavouras locais e ajudar a combater a monilíase nos estados vizinhos. “Por iniciativa da Secretaria Estadual de Agricultura – Seagri e da Câmara Setorial do Cacau, foi criado um grupo permanente para discutir ações de prevenção e controle da monilíase na região norte do país. É importante a cooperação de toda a cadeia produtiva do cacau para prevenir a entrada desta praga no estado”, informou João Paulo.
O técnico também faz uma alerta à comunidade: “Caso haja algum fruto com suspeita da doença, ele (fruto) não deve ser tocado ou retirado da planta. O local deve ser isolado e o produtor ou técnico, deve comunicar o caso a Agência Idaron o mais rápido possível”.
A Monilíase do cacaueiro é causada pelo fungo Moniliophthora roreri, que ataca os frutos do cacaueiro e cupuaçuzeiro, em qualquer fase do desenvolvimento. A monilíase é muito agressiva, podendo causar perdas de 30% a 100% na produção de frutos.
Apesar da praga dispersar pelo vento, chuva, insetos e animais silvestres, somente através do homem pode ser levada de países ou estados onde está presentes para novas áreas, através de material contaminado, como roupas, utensílios, sementes e frutos.
Os sintomas da praga nos frutos são: manchas de coloração chocolate ou castanho-escuro, que aparecem entre 45 e 90 dias após a infecção e posteriormente e um pó branco, que aparece de 5 a 12 dias e se solta dos frutos em grande quantidade. “Além do cacaueiro e do cupuaçuzeiro, outras espécies silvestres podem ser afetados e transmitir a doença”.