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Crise política no Peru provoca corrida de moradores por gasolina e alimentos no Acre

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Os confrontos entre manifestantes e a polícia peruana que se estendem desde o começo de dezembro passado agravaram a situação de abastecimento e transporte de produtos essenciais no interior do país.


Na manhã desta segunda-feira, 23, moradores de Iñapari, na fronteira com o Acre na cidade de Assis Brasil, formaram imensas filas no único posto de combustíveis da cidade brasileira em busca de gasolina.

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A situação foi relatada ao ac24horas pelo prefeito da cidade, Jerry Correia, que também confirmou o aumento das vendas do comércio local para peruanos. Além de Iñapari, há pessoas de Ibéria e Puerto Maldonado em busca de produtos na cidade acreana.


“Estamos recebendo centenas de peruanos em busca de alimentos e principalmente combustível (gasolina). Hoje pela manhã formou-se uma grande fila de veículos e pessoas com galões em busca de gasolina no único posto da cidade”, informou.


Correia também disse que, no momento, não há risco de falta de gasolina na cidade.


“Estive agora a pouco falando com o gerente do posto que garantiu que o produto não vai faltar, já que mais carreatas estão sendo mobilizadas para Assis Brasil por conta da grande procura”, acrescentou.


Contudo, apesar de parecer, a princípio, positiva para o comércio local, a situação pode ficar problemática para a cidade brasileira nos próximos dias, segundo o gestor municipal. Segundo ele, se a situação se agravar, pretende reunir as autoridades para discutir sobre segurança e fiscalização.


“Estamos preocupados com o número cada vez maior de peruanos procurando principalmente combustível. Eles levam em tambores, dentro de carros e toritos (pequeno veículo muito usado como táxi no lado peruano), sem nenhum cuidado com a segurança”, reforçou o prefeito.



O Peru vem enfrentando intensos protestos em várias regiões, com tentativas de tomar os aeroportos de Arequipa, Cusco e Juliaca, além de uma mobilização massiva no centro histórico de Lima, onde ocorrem confrontos com forças de segurança.


Na estrada transoceânica que liga o país andino ao Brasil por meio do Acre, entrando pela cidade de Assis Brasil, existem pequenas cidades como Iñapari, distante cerca de 200 km de Puerto Maldonado, que já sofrem os efeitos da crise.


Recentemente, vários bloqueios em vilarejos e destruição de um posto de pedágio foram registrados na estrada impedindo o trânsito de caminhões com combustível que estão parados sem poder abastecer essas cidades.

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A crise também poderá desabastecer a cidade de Cobija e municípios vizinhos, no lado boliviano. Os caminhões utilizam as estradas do Peru e Acre para poder abastecer a capital do departamento de Pando e região.


As manifestações no Peru começaram em 7 de dezembro, quando Dina Boluarte assumiu a presidência após o autogolpe fracassado de Pedro Castillo. Depois de uma trégua no período do Natal, os protestos ganharam força a partir de 4 de janeiro, principalmente no sul do país.


Até agora, os confrontos deixaram mais de meia centena de manifestantes mortos, além de um policial, enquanto 9 pessoas, incluindo uma mulher grávida, perderam a vida em episódios vinculados aos bloqueios de estradas e às paralisações.


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