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Jornalista peruano diz que crise política que assola o país andino é a pior em 6 anos

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Raimari Cardoso

A crise política que toma conta do Peru desde o último dia 7 de dezembro, quando o presidente Pedro Castillo tentou dissolver o parlamento e terminou encarcerado, data de pelo menos seis anos. Ele é o sexto a governar o país desde 2016, e a tentativa de golpe tentada por ele já foi utilizada por um de seus antecessores.


Em 2019, o então presidente Martín Vizcarra dissolveu o parlamento. No ano seguinte, porém, a nova configuração do Legislativo conseguiu removê-lo do poder em meio a acusações de corrupção, coroando uma convulsão política crônica – movimento muito semelhante ao que acontece no mandato de Castillo.


Nas proximidades da fronteira com o Acre, manifestantes peruanos incendiaram pontos de pedágio e empresas ao longo de uma estrada nos últimos dias. Há a ameaça de a Ponte Binacional, no limite entre Assis Brasil e Iñapari ser fechada. Os protestos ocorrem ao longo da estrada do Pacífico, a cerca de 60 quilômetros


O jornalista peruano Júlio César García Gómez, natural de Ibéria, mas que vive atualmente em Porto Maldonado, conta que a situação atual é a pior dos últimos 6 anos. Ele diz que há muitos saques de manifestantes contra propriedades privadas e estatais. Os confrontos com as forças policiais já resultaram em 18 mortos.


Júlio César diz que a corrupção arraigada nos governos nacional, regionais e locais está no cerne da crise. Ele citou como exemplo disso a recente prisão do ex-governador da região de Madre de Dios, Luis Hidalgo Okimura, acusado de vários crimes e que estava foragido da justiça peruana em Rio Branco.


Também, segundo ele, há disputas por espaços de poder político pelos setores de direita pelo fato de Castillo ter pensamento de esquerda e seu plano de governo ser nessa linha. No entanto, apesar do levante popular, ele diz que a situação do presidente deposto é irreversível.


“Esse movimento está chamando as pessoas para uma convulsão social para fechar o parlamento e para que o presidente saia da prisão, o que é impossível. A atual presidente declarou estado de emergência, o que significa que as garantias dos peruanos não dependem de nós, mas dos militares”, afirmou.


Sobre a previsão de duração dos protestos, Júlio César acredita que em 10 dias é possível que a situação seja controlada. Segundo ele, os voos de Cusco para Lima já estão retomados e de Porto Maldonado para Lima também há normalidade. Por terra, no entanto, há muitos bloqueios em vias onde ninguém passa, apesar de nos sábados e domingos haver tréguas de várias horas.


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Raimari Cardoso

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