Por ocasião da gravação do Bar do Vaz no ac24horas, conversei com o governador Gladson Cameli (PROGRESSISTAS). Pincei alguns pontos que considero importantes em sua segunda gestão no Palácio Rio Branco. Como de costume, encontrei um Gladson bastante otimista, cheio de sonhos e boas expectativas contrariando, inclusive, o momento social, econômico e político em que o país atravessa com a derrota do presidente Bolsonaro (PL) para Lula e as mudanças que estão ocorrendo em Brasília.
Gladson é o que se pode dizer de uma pessoa para quem o tempo nunca está ruim. Faça sol, chuva e tempestade, ou, como também se diz, um político que dança conforme a música. Está decidido fazer um bom e novo governo. Não vai aceitar disputa de poder por grupos dentro da sua gestão. Todos os secretários devem ter fidelidade a ele e não aos parlamentares que os indicarem. Aliás, pretende um governo mais técnico do que político. O desafio está posto!
GABINETE CIVIL
O governador Gladson disse que se pudesse acabava com o cargo de chefe da Casa Civil. “Qualquer um que se senta naquela cadeira começa a pensar que é um deus. Não é, o poder é passageiro e as pessoas não percebem isso”. Reafirmou que não vai aceitar brigas de grupos dentro do seu governo. Porém, não antecipou quem vai ocupar o cargo.
PSB
O PSB do deputado Jenilson Leite está no radar do Palácio Rio Branco para ser cooptado para compor o governo, apesar de não ter deputados estaduais ou federais. Não revelou, mas se deduz que seria uma forma de aproximar-se do vice-presidente da república Geraldo Alckmin. Por outro lado, o senador Sérgio Petecão (PSD) tem convidado o deputado Jenilson, candidato derrotado ao Senado, a se filiar ao PSD e disputar a prefeitura de Rio Branco.
MINORU KINPARA
Na avaliação do governador, o ex-reitor da UFAC Minoru Kinpara é um quadro excelente para compor o governo, mas ainda não definiu o espaço. Kinpara teve cerca de 20 mil votos para deputado federal não se elegendo por falta de legenda no PSDB. Entretanto, não será a Secretaria de Educação que deverá continuar com Aberson Carvalho.
EDUCAÇÃO, SEGURANÇA…COMUNICAÇÃO
Gladson Cameli entende que alguns secretários devem continuar no futuro governo, inclusive Educação, Segurança, Comunicação, Deracre e outros órgãos. Porém, alertou para um princípio fundamental: “Vou acabar com esse negócio, a fidelidade deve ser a mim que sou o governador e não a quem indicar”. Se ocorrerem mudanças, será gradual de acordo com a posição e competência de cada um.
LULA DA SILVA
Para Gladson Cameli, as eleições já acabaram. Depois de uma eleição zerar tudo até que venha a próxima disputa. “Se o meu partido, o PROGRESSISTA, está apoiando algumas medidas propostas pelo futuro presidente, eu é que não posso me colocar contra para prejudicar o estado e a população”. Gladson se referiu a PEC da transição que vai garantir os programas sociais e o combate à fome. O União Brasil, dos senadores Márcio Bittar e o eleito Alan Rick, vai integrar a base de Lula no Congresso Nacional.
BANCADA FEDERAL/JORGE VIANA
Gladson Cameli afirmou que vai precisar de apoio da bancada federal eleita em seu segundo mandato. Revelou não ter mágoas de ninguém, nem dos que o atacaram ferozmente na campanha. Referia-se ao senador Petecão e ao próprio adversário petista Jorge Viana. Garantiu que se precisar, em nome da população, pedirá ajuda de todos, inclusive, do Jorge Viana.
ELEIÇÃO MUNICIPAL
De acordo com Gladson Cameli, a eleição municipal está muito longe, mas não descarta apoiar a deputada federal eleita para a prefeitura da capital. É uma situação que depende mais dela do que dele. Porém, acham muito cedo para tratar desse assunto, já que com o tempo muita coisa muda. É preciso focar no trabalho, em ajudar o estado a partir de agora.
O BAR DO VAZ
Para mais detalhes da entrevista, que durou mais de uma hora, sugiro assistirem a conversa com o Roberto Vaz, no Bar do Vaz, ac24horas. O papo foi bom e pode ser definido como o governador Gladson falando por ele mesmo.