Essa foi a pergunta que mais ouvi nos últimos dias. Mais precisamente, desde domingo, data do debate da TV Rio Branco em que duelaram os candidatos ao governo do Acre.
Faltando apenas duas semanas para a eleição, finalmente aconteceu o primeiro confronto direto entre eles. Não foi, assim, um primor de organização, estética e qualidade técnica, mas valeu como oportunidade para ver de perto Mara Rocha, Jorge Viana, Gladson Cameli, Sérgio Petecão, Márcio Bittar e Nilson Euclides debatendo os problemas que enfrentamos no dia-a-dia e tentando (ao menos tentando, é verdade) apresentar propostas para resolvê-los. Na condição de protagonistas da cena, produziram momentos interessantes, mesmo diante de um mediador esquisito e mal preparado. Reconheça-se o esforço da TV Rio Branco em realizá-lo, ainda que enfrentando evidentes limitações estruturais
Para quem quiser assistir, o link é esse aqui Debate Eleições 2022 – Governadores Acre – YouTube.
Os debates são momentos especiais em qualquer campanha eleitoral. É quando os eleitores têm a oportunidade de conhecer os candidatos sem os filtros dos programas eleitorais da TV ou a correria das reuniões de bairro. É quando podemos conhecer opiniões e propostas na comparação direta entre adversários. Os principais beneficiários somos nós, cidadãos interessados em escolher com clareza e objetividade. E no caso do debate de domingo, indiscutivelmente, até pelas fragilidades do ambiente, foi possível enxergar as virtudes e defeitos de cada um. Pudemos perceber, por exemplo, que o governador Gladson Cameli não tem muito o que mostrar como realização de seus quase quatro anos de mandato. Ficou evidente, ainda, que a desculpa da pandemia para a falta de investimentos não se sustenta diante da saraivada de críticas e cobranças da oposição.
Outra revelação importante foi o desempenho do professor Nilson Euclides, candidato solitário do PSOL. Nilson mostrou boa qualidade argumentativa e castigou Gladson Cameli no debate direto sobre educação, além de confrontar Jorge Viana na questão da gestão do poder, acusando-o de ser excessivamente centralizador. Arrancou de Jorge o compromisso de, caso seja eleito, realizar um governo mais aberto e plural, de diálogo com todos, segundo suas palavras. Mas, o que saltou aos olhos mesmo foram a apatia de Márcio Bittar em relação à disputa pelo governo acreano, o despreparo do senador Petecão na abordagem dos temas apresentados e a contundência de Mara Rocha, por vezes descambando para uma certa agressividade verbal.
Como esperado, o ambiente mais geral do debate foi o do confronto aberto entre governo e oposição. E, nisso, podemos dizer que o governo se saiu muito mal. Gladson foi impiedosamente castigado pelos adversários, ansiosos por expor as muitas fragilidades de seu governo. Se a sua estratégia era falar de realizações, não deu certo. A estridência das críticas de Mara Rocha e Jorge Viana sobressaíram-se alguns decibéis à cacofonia de falas mal formuladas e pouco convincentes na defesa de seu legado. Na batalha em campo aberto que foi o debate do domingo, seus batalhões recuaram para algo próximo da capitulação. Por alguns instantes cheguei a acreditar que o governador se daria por vencido e abriria mão em seguir na luta, a exemplo das disputas de MMA. Podemos, então, considerar louvável sua determinação em seguir em pé até o último round, apesar de imprensado contra as cordas do início ao fim.
Afora minhas preferências pessoais, o debate deixou claro que há profundas diferença de qualidade e postura entre Jorge Viana e os demais candidatos. Chamou atenção a coragem do ex-governador no confronto direto com velhos detratores de seus governos em temas como desenvolvimento sustentável e crescimento econômico. A experiente liderança petista não deixou barato diante de acusações como a de que os governos da Frente Popular foram responsáveis pelo atual quadro de miséria de boa parte da população acreana, ou que a “florestania” atrasou o Acre. Para ele, a miséria que se vê hoje é fruto da falta de investimento dos governos atuais. Disse que o grupo hoje no poder “ganhou tudo” em 2018, referindo-se ao alinhamento do governo, prefeitura da capital e governo federal no mesmo grupo político. Esse grupo detém, ainda, segundo ele, as três vagas de senador e a maioria das de deputado federal. A responsabilidade pelas dificuldades enfrentadas pelo povo é, portanto, de quem detém tanto poder e não está sendo capaz de dar conta do recado. Faz sentido.
Foi um bom debate, apesar dos pesares. O formato, que privilegiou o confronto direto, permitiu ao expectador ver os candidatos sem máscaras, sem truques de edição e sem textos meticulosamente fabricados por marqueteiros profissionais. Confesso que estou ansioso pelos próximos.
O dia da decisão está chegando. Reflita sobre suas escolhas, caro leitor.
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