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No Acre, direita se divide e PT tenta voltar ao poder nas eleições de 2022

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Matéria do jornal O Globo desta quarta-feira (24) assinada pelo repórter Daniel Gullino mostra que após a onda bolsonarista que dominou as eleições em 2018, com um dos resultados mais marcantes ocorrendo no Acre, com a vitória de Gladson Cameli (PP) após cinco vitórias consecutivas do PT, há, passa 2022, uma mudança de cenário importante que torna o caminho da reeleição mais difícil para o atual governador.


De acordo com Gullino, Cameli terá um caminho mais difícil primeiramente porque a coligação que o elegeu se fragmentou e ele terá que enfrentar antigos aliados; depois, disputará também com o ex-governador Jorge Viana (PT), que tenta retomar o domínio petista no estado após quatro anos.


Na metade de seu primeiro mandato de senador há quatro anos, Cameli foi eleito com 53% dos votos válidos. Na disputa ao Senado, emplacou os aliados Sérgio Petecão (PSD) e Márcio Bittar (na época no MDB, hoje no União Brasil).

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Agora, tanto Petecão quanto Bittar são adversários diretos de Cameli na disputa. O jornalista do Globo também não esqueceu que o governador ganhou um rival interno: o seu próprio vice, o Major Rocha (MDB), que rompeu com o titular e articulou a candidatura de sua irmã, a deputada federal Mara Rocha (MDB), ao Palácio Rio Branco. Gladson, no entanto, minimiza os rompimentos:


— Vejo com tranquilidade. Nós não obrigamos ninguém a estar conosco. E, infelizmente na política, alguns estão mais preocupados com os interesses políticos do que com o compromisso de melhorar a vida das pessoas.


Briga acirrada

Se não bastasse a briga com os aliados, o governador ganhou, de última hora, um concorrente competitivo na esquerda. Jorge Viana, que já foi governador por dois mandatos e pretendia concorrer ao Senado em uma chapa com o deputado estadual Jenilson Leite para governador. No entanto, Leite resolveu disputar o Senado, e o PT lançou a candidatura de Viana em 5 de agosto, último dia do prazo.


— Parecia que a gente tinha saído (da disputa), e a gente encontrou a melhor alternativa — afirma Viana, que ressalta a divisão dos adversários: — Quem mais faz oposição ao governador é o vice, Major Rocha. Quem mais faz oposição ao governador é o Petecão, que foi um grande eleitor dele.


O Globo diz que a família Viana é uma das mais tradicionais no estado, ressaltando o fato de que Jorge e seu irmão, Tião, já foram governadores por dois mandatos cada um, além de terem sido senadores. Em 2018, contudo, Jorge não conseguiu se reeleger ao Senado, ficando em terceiro lugar.


Já Márcio Bittar, outro ex-aliado de Cameli, articulou para que sua ex-mulher, Márcia Bittar (PL), fosse a vice na chapa do governador, que saiu pela tangente e convidou o deputado federal Alan Rick (União Brasil) para o posto.


Bittar, que é presidente do União no estado, destituiu Alan Rick da vice-presidência da legenda e decidiu lançar-se ao governo, também no último dia do prazo. Rick será candidato ao Senado, oficialmente na chapa de Bittar, mas já avisou publicamente que segue apoiando Cameli. Márcia Bittar, por sua vez, concorrerá ao Senado, mas na chapa de Mara Rocha.


— A direita do Acre precisa tentar dialogar melhor. Mas são coisas da política. Às vezes, os interesses não se alinham — afirma Rick, ressaltando que mantém o apoio ao governador apesar da decisão do partido.


A matéria de Daniel Gullino considera que um dos motivos do rompimento de aliados com Cameli foi uma operação da Polícia Federal, que teve o governador como alvo. A investigação apura suspeitas de que a estrutura do governo foi usada para cometer crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Ele nega as acusações.


Outro ponto relevante da abordagem é que o Acre foi o estado em que o presidente Jair Bolsonaro teve a sua melhor votação proporcional no segundo turno: foram 77% dos votos válidos. Cameli manteve o apoio ao presidente, após a eleição, mas buscando se distanciar em alguns pontos, como a gestão da pandemia.


O resultado de todos os fatos que antecederam o período eleitoral é que Gladson Cameli agora precisará disputar os votos bolsonaristas com Mara Rocha e Marcio Bittar. Jorge Viana, por sua vez, aposta no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto Petecão se diz neutro na disputa presidencial.


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