A sessão desta terça-feira, 14, da Assembleia Legislativa está sendo marcada por um clima tenso devido à repercussão das mortes de crianças por síndrome respiratória. O ápice dos ânimos inflamados ocorreu quando o deputado Roberto Duarte (Republicanos) pediu várias vezes à Mesa Diretora para que a Aleac recebesse o grupo de mães em luto que se encontram nos corredores da casa legislativa. O parlamentar propôs que as mulheres fossem recebidas em plenário, onde elas pudesses revelar as demandas emergências do Pronto-Socorro de Rio Branco.
Ao solicitar que as mães fossem recebidas imediatamente, Duarte foi informado pelo presidente da Aleac, deputado Nicolau Júnior (PP), que isso ocorreria somente, após os debates. Duarte elevou o tom de voz afirmando que se tratava de consideração às famílias.
O deputado Luis Tchê (PDT) levantou-se contra a ação de Duarte e houve intenso bate-boca entre vários parlamentares falando ao mesmo tempo. Dedos foram apontados um para outro e o clima ficou tenso com as mães também se manifestando.
Ao fim, o deputado Nicolau Júnior bateu o martelo e manteve a posição. Muitas mães chegaram a bater nos vitrais da Aleac na tentativa desesperada de chamar a atenção.
Dando continuidade ao debate, o deputado Jenilson Leite (PSB) também criticou a omissão do Governo do Acre na questão das crianças que sofrem com as síndromes respiratórias. Ele relatou que acompanhou a visita de colegas ao Pronto Socorro e viu coisas que não imaginava pudessem estar acontecendo.
“Chegamos e a criança passou a noite com febre e não havia remédio, não havia dipirona”, disse, afirmando que há R$112 milhões no caixa da Secretaria de Saúde. São cerca de R$ 40 milhões para custeio. “Uma questão como essa, onde a gente tem dinheiro na conta e várias crianças morreram porque não tinha remédio básico, o ponto de exigência é de uma incompetência pesada…”, disse o deputado.