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Esquizofrênico, homem morto em abordagem policial tinha várias passagens pelo Hosmac

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José Adalberto Coelho Cunha completaria 58 anos de idade no próximo dia 17 de agosto, mas desde a adolescência ele já apresentava sinais dos distúrbios que com o passar do tempo o tornaram uma pessoa agressiva com vários episódios de surtos que se intercalavam com internações no Hospital de Saúde Mental do Acre – Hosmac.


De acordo com Maria de Fátima Coelho Cunha, de 67 anos, uma das irmãs de Adalberto, nome pelo qual era chamado, aos 13 anos ele já apresentava comportamento diferente do habitual para a idade, com variações de humor e instabilidade emocional. Ela era a representante legal do irmão, que há muito tempo não respondia civilmente por seus atos.

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A irmã de Adalberto procurou a reportagem do ac24horas para esclarecer informações que, segundo ela, foram divulgadas em matérias jornalísticas e redes sociais tratando do seu irmão como uma pessoa normal, ignorando os problemas que ele tinha e que eram do conhecimento de grande parte da população da cidade, o apontando como um criminoso.


“Ele não respondia por si e foram incontáveis os surtos que ele apresentou nos últimos anos ficando agressivo e violento. As internações dele no Hosmac eram muito positivas, pois ele melhorava bastante com a medicação, mas os períodos que ele passava lá eram de apenas vinte dias. Depois disso, eles iam deixá-lo na minha porta, em Rio Branco”, conta.


Maria de Fátima diz que após sair do Hosmac, o quadro de Adalberto regredia bastante, pois ele se recusava veementemente a tomar os psicofármacos de uso contínuo. Logo, ele voltava a apresentar o comportamento característico de esquizofrenia, conforme o diagnóstico médico, tanto em casa quanto pelas ruas, por onde circulava de maneira constante.


No dia dos fatos que culminaram com a morte de Adalberto e com duas pessoas feridas por ele – o seu irmão, Adelino Coelho Cunha, de 70 anos, e o sargento da Polícia Militar Éberton Lunardi, de 41 anos -, ele andava pelas ruas, como de costume, mas armado com uma faca. Segundo a família, não houve uma motivação específica para o primeiro ataque, a Adelino.


“O Adelino se aproximou dele, nas imediações do Depasa, e disse, brincando, que ele estava cheio do dinheiro, pois havia acabado de receber o benefício social dele. Daí seguiu em sua bicicleta por alguns metros quando sentiu a facada, que foi desferida pelas costas, atingindo a região dos rins. Depois disso foi para o lugar onde foi morto”, explicou.


Mesmo diante dos fatos que resultaram na morte de Adalberto, Maria de Fátima afirma não aceitar a maneira como ele foi morto, principalmente por ele ter sido alvejado com três tiros. Ela acrescentou que a família acompanhará o desenrolar das investigações com o objetivo de que o que aconteceu seja devidamente esclarecido.


A reportagem falou com o delegado Gustavo Neves, titular da Delegacia Geral de Xapuri, responsável pelo inquérito instaurado para apurar as circunstâncias do fato. De acordo com ele, é fundamental ouvir as duas vítimas feridas por Adalberto, assim que elas possam depor, para que o procedimento investigatório seja finalizado.


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