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Em Cruzeiro do Sul, indígenas protestam contra estrada para o Peru

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Fechando o Encontro Indígena Binacional realizado no Centro Diocesano de Cruzeiro do Sul, representantes de 13 etnias indígenas fizeram uma manifestação no centro da cidade nesta quinta-feira, 26.


O protesto, segundo Ivanilda Santos, coordenadora do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Ivanilda Santos, é contra o projeto de construção da continuidade da BR-364 até Pucallpa, no Peru. Ela diz que os povos indígenas, que serão afetados pela estrada, não foram consultados.

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“O Brasil é signatário da Convenção 169, que é um tratado internacional que confirma que os índios devem ser consultados na propositura de projetos de lei e em obras desenvolvimentistas como essa, o que não aconteceu até agora”, cita ela lembrando ainda que o encontro também tratou do projeto de lei da deputada federal Mara Rocha, que busca rever a modalidade do Parque Nacional da Serra do Divisor e reduzir a Reserva Extrativista Chico Mendes.



A indígena Lucila da Costa Moreira Nawa acredita que a estrada vai afetar não só o meio ambiente da região, como também aproximar os problemas das terras indígenas de Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima. “Essa estrada vai causar um grande impacto negativo para os povos indígenas e demais moradores da região. E vai trazer a prostituição e as drogas para mais perto de nós”, alerta ela.


Os indígenas peruanos participaram do Encontro Binacional e protestaram contra a ligação entre Brasil e Peru via Vale do Juruá e Pucallpa.


FIEAC rebate

A representante da Federação das Indústrias do Acre – FIEAC – no Vale do Juruá, Janaína Terças, rebate as afirmações dos indígenas do Encontro Binacional.


Ela diz que a ligação com o Peru vai transformar o Vale do Juruá em um grande corredor de desenvolvimento e que um estudo, encomendado pelo Fórum de Desenvolvimento Estado, vai comprovar isso.


“O Fórum de Desenvolvimento do Estado, do qual a FIEAC faz parte, contratou uma empresa, a GeoLAB, para fazer um estudo sobre a continuidade da BR-364 até a fronteira com o Peru. Com esse levantamento vamos demonstrar a viabilidade técnica, econômica, ambiental e social da continuidade da BR-364 até Pucallpa, o que vai impactar positivamente nosso Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). E a GeoLAB fez parceria com o Instituto Federal do Acre – IFAC – para a realização do trabalho. Nosso objetivo não é causar danos aos povos tradicionais nem ao meio ambiente e esse estudo totalmente técnico, sem viés ideológico, deixará clara essa viabilidade sob vários aspectos”, pontuou.



Quanto aos problemas de segurança alegados pelos indígenas, Janaína Terças ressalta que no último dia 22 de maio o secretário de Segurança Pública do Acre, Paulo Cézar Santos, deu uma declaração afirmando que uma base das forças de segurança será instalada no local.


“O secretário de Segurança, coronel Paulo Cézar, disse que, além de importante para o avanço econômico do Acre, esta ligação vai possibilitar a instalação de uma base das forças de segurança no local em que as famílias estão distantes dos centros urbanos e não conseguem ter acesso à polícia, por exemplo. Ele destacou que ter mais essa rota não vai melhorar ou piorar a cultura de crimes, mas melhorar a vida das pessoas e que o narconegócio, que é uma das práticas mais rentáveis e prejudica o Estado, acontece independente desse projeto. E enfatizou que é preciso combater o crime e não o desenvolvimento”, afirmou Terças.


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