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A autossuficiência de Energia Elétrica está próxima

Linhas de transmissão de energia, energia elétrica

O Governo do Acre em parceria com o Tribunal de Contas e a Assembleia legislativa, firmaram contrato com o Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais – CEDEPLAR, para realizar um diagnóstico sócioeconômico do Estado do Acre, abordando aspectos demográficos, sociais, econômicos, históricos, regionais e que contenha as possibilidades de financiamento do desenvolvimento do estado.


Para cumprir os seus objetivos o CEDEPLAR encaminhou, no período de 01 a 06/05/2022, o celebrado pesquisador e Professor emérito da UFMG Clélio Campolina Diniz, ex-reitor da UFMG e ex-Ministro da Ciência e Tecnologia do Brasil. O pesquisador veio analisar o Acre dentro dos aspectos geográficos e geopolíticos na região e nos países limítrofes. Vamos relatar no artigo de hoje uma reunião que o pesquisador realizou, junto com a equipe técnica dos parceiros com à empresa ENERGISA, empresa que desde 2018 é a responsável pela distribuição de Energia Elétrica no Acre. Na qualidade de Coordenador do Observatório do Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre, tive o prazer de participar.


Antes de tudo, é importante mostrarmos alguns dados sobre o consumo de energia no Acre. Os números estão em Gigawatt-hora (GWh). Temos no gráfico abaixo, a evolução do consumo de energia elétrica pelos diversos setores. Cabe uma pequena observação entre a diferença entre o consumo do poder com consumo dos serviços públicos. Os serviços são atividade administrativa ou de prestação direta e indireta de serviços à população, exercida por um órgão ou entidade da administração pública ou pela iniciativa privada, é o que acontece, por exemplo, no caso da saúde, da educação e da previdência, embora sejam serviços públicos, é livre à iniciativa privada a prestação desses serviços, sem a necessidade de permissão ou concessão, desde que respeitadas as exigências legais. 



Entre 2018 e 2019 o setor que mais aumentou o consumo foi o setor comercial (17,5%), seguido pelo poder público (14,8%) e pela iluminação pública (12,9%).


A nova empresa de distribuição de energia elétrica no Acre

A Eletroacre era a responsável pela distribuição de energia no Acre. Durante alguns anos, a gestão ficou a cargo da Eletrobrás, período que perdurou até 2018. Em agosto de 2018, através do leilão de privatização, os serviços passaram para a ENERGISA, empresa privada que desde dezembro de 2018 assumiu a gestão dos serviços no Acre.


Conforme relato do Dr. José Adriano, representante maior da empresa no Acre, em 2018, Rio Branco estava no limite da sua capacidade de energia. Segundo ele, se não fosse a construção de uma subestação já no ano de 2019 em Rio Branco (do Alto Alegre), provavelmente, naquele ano teríamos um racionamento. 



No gráfico acima fica demonstrado que a empresa que assumiu os serviços a partir de 2018 ampliou significativamente os investimentos na rede de distribuição do Acre. José Adriano enfatiza que apesar da significativa melhora, ainda precisa de muito investimento na rede, principalmente para evitar os picos de energia. Destaca que o grande objetivo da empresa é eliminar 95% da geração termoelétrica do Acre, até 2025. Vão depender das usinas termoelétricas somente os 04 municípios isolados do Acre.


A situação hoje

Existem dois linhões chegando ao Acre que entram na subestação de Rio Branco da Eletronorte. O governo federal, no ano passado, licitou o terceiro linhão, que já está em construção. É o terceiro circuito de Abunã para o Acre. 


Portanto, o Acre vai ter 3 linhões de interligação com o circuito nacional. Também será construída uma nova subestação de entrada, chamada de Tucumã, que terá 300 mil quilowatts de potência. José Adriano relata que para se ter a ideia, o consumo de energia do Acre hoje é  de 200 quilowatts. Nesse sentido, a nova subestação pode abastecer o Acre sozinha. 


Então, do ponto de vista do suprimento de energia no Acre, o problema está resolvido para os próximos 15 anos. Além do mais, estão sendo construídas 7 subestações grandes com um investimento estimado em 420 milhões de reais. São 7 subestações e 7 linhas, a saber:


– Subestação e linhão de Acrelândia, com entrega prevista para maio de 2023; 


– A subestação de Rio Branco (ao lado do shopping). Será a maior subestação de Rio Branco que vai dar suporte de energia para toda aquela área do shopping, do Assai, da cidade da justiça, de onde estão saindo os grandes condomínios da capital; 


– Subestação da Transacreana. Serão 50 km de linha e uma subestação no km 58; 


– Subestação de Feijó, para dar suporte ao linhão para Cruzeiro do Sul que vai substituir a geração térmica de Feijó;


– Subestação de Tarauacá, para dar suporte ao linhão para Cruzeiro do Sul que vai substituir a geração térmica de Tarauacá; 


– Subestação de Mâncio Lima (já em construção, vai sair em 2023, antes inclusive de interligar Cruzeiro do Sul) e;


– A grande subestação de Cruzeiro do Sul, para dar suporte ao linhão que vai substituir a geração térmica no segundo maior município do Acre. 


Em 2025 somente os quatro municípios isolados é que ficarão na geração térmica (óleo diesel): Marechal Thaumaturgo, Jordão, Porto Walter e Santa Rosa. 


O fornecimento de energia elétrica sempre foi um gargalo para o desenvolvimento do Acre. A energia é importante para todos os segmentos, especialmente para o setor industrial. Temos a promessa que em 2025, com a conclusão de grandes investimentos pesados, vamos ter a estabilidade que precisamos. Com uma geração e distribuição de energia sustentável, não poluente e integrada ao meio ambiente, assim o Acre supera um de seus grandes gargalos no rumo ao desenvolvimento.



Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas