A coordenadora do Distrito Sanitário Especial Indígena – Dsei do Alto Juruá, Iglê Monte, disse que 6 das 7 pessoas que estavam no helicóptero que caiu neste domingo, 8, e que estão no Hospital do Juruá em Cruzeiro do Sul, passam bem. O mecânico permanece no local da queda porque não consegue andar e será resgatado por um helicóptero do Ciopaer nesta segunda-feira, 9.
Iglê conta que quando chegaram ao Hospital do Juruá, às 2h45 da madrugada, as crianças foram colocadas no oxigênio, mas agora já estão bem. “Eles não tiveram piora do quadro e não precisam mais de oxigênio. O piloto e o técnico em enfermagem também estão com bom quadro de saúde”, relata ela, que acompanhou o resgate junto com o Corpo de Bombeiros na madrugada.
Com relação à empresa dona do helicóptero, Iglê cita que a sede é no Estado do Rio de Janeiro e que o contrato com o Dsei teve início no dia 5 de Janeiro deste ano. Ela não cita o valor do contrato. “Eu só posso falar sobre o estado de saúde das pessoas, mas não sobre o helicóptero”, pontua.
O caso
Uma médica que está na Terra Indígena Terra Nova a serviço do Dsei pediu a remoção das duas crianças da etnia Kulina com suspeita de pneumonia para o Hospital do Juruá em Cruzeiro do Sul. O helicóptero com o piloto, o mecânico e o técnico em enfermagem, saiu de Cruzeiro do Sul as 8h30 da manhã. Na volta, com 7 pessoas a bordo, a aeronave caiu em uma área de floresta próximo ao Rio Crôa. O piloto Rodrigo e o técnico em enfermagem, João Gomes, andaram mais de três horas e foram levados por moradores da região até o Hospital do Juruá.
As equipes do Corpo de Bombeiros de Cruzeiro do Sul seguiram para o local em busca das outras 5 pessoas mata adentro e as 2:45 da manhã chegaram à cidade e levaram as crianças e os pais para o Hospital do Juruá. O mecânico, que não consegue andar, ficou no local e será resgatado pelo helicóptero do Ciopaer.
“É estranho”
Uma pessoa ligada ao caso, mas que prefere não se identificar cita situações estranhas como fato da aeronave ter capacidade para transportar 5 pessoas e estar com 7 na hora do acidente.
“A aeronave é para 5 pessoas. Tudo bem que eram duas crianças pequenas, mas mesmo assim é estranho por que deveria ter também um mínimo de bagagem na aeronave .Outro fato que chamou atenção foi que deixaram 2 crianças com pneumonia na mata até de madrugada alegando que os pais deles ficariam no local com o mecânico porque já têm costume com a floresta. Aí para buscar o mecânico apareceu o helicóptero do Ciopaer, mas as crianças, que eram o objetivo da viagem, foram tiradas da mata no colo dos bombeiros. Porque os primeiros que saíram do local não trouxeram as crianças de dia para a cidade?”, questiona.