Com Tarauacá padecendo, rios se mantém acima da cota de inundação em mais 5 cidades do Acre

Os níveis dos rios acreanos que transbordaram no curso desta semana mobilizando esforços da Defesa Civil em pelo menos seis municípios mantiveram-se no decorrer desta quarta-feira (23) acima das cotas de inundação nessas localidades.
As últimas informações levantadas davam conta de pelo menos 15 mil pessoas afetadas nessas localidades e mais de 1 mil desabrigadas ou desalojadas. Entre as cidades acreanas afetadas por transbordamentos de seus rios estão Cruzeiro do Sul, Tarauacá, Sena Madureira, Feijó, Santa Rosa do Purus e Porto Walter.
A pior situação nesta quarta-feira, no entanto, foi a de Tarauacá, onde o rio que tem o mesmo nome da cidade se aproximou do registro histórico de fevereiro do ano passado, quando atingiu 11,15 metros, na maior enchente da sua história. No fim da tarde, o rio media 10,75 metros, segundo a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Tarauacá.
As últimas informações dão conta de mais de 12 mil pessoas atingidas em Tarauacá. De acordo com nota divulgada pela Energisa, 1.027 unidades consumidoras foram desligadas na cidade por conta dos riscos de acidentes fatais.
“Caso a população identifique outros locais em que o nível dos rios esteja subindo, deve manter distância da rede elétrica e comunicar imediatamente à Energisa e à Defesa Civil”, advertiu o gerente de Operação da empresa no Acre, Anderson Rodrigues
O Rio Juruá continua subindo em Cruzeiro do Sul no decorrer do dia e chegou à cota de 13,74 metros nesta quarta-feira (23). Conforme o Corpo de Bombeiros, cerca de 8 mil pessoas estão atingidas pela cheia do rio e 495 continuam em um dos 14 abrigos montados na cidade desde que o manancial transbordou no mês passado.
O nível do rio chegou a baixar e sair da cota de transbordo no início desta semana mas, após o registro de chuvas na região e nas cabeceiras, houve uma nova subida das águas. Ao todo, 11 bairros e sete comunidades rurais estão atingidos pela cheia.
Em Sena Madureira, o nível do Rio Iaco marcou 15,71 metros na última medição desta quarta, sendo que a cota de transbordo do manancial na cidade é 15,20 metros. Por conta da situação, a prefeitura decretou situação de emergência. A Defesa Civil informou que há 219 desabrigadas ou desalojadas. São 31 famílias desabrigadas e 18 desalojadas.
Ao todo, seis bairros estão atingidos em Sena Madureira, entre eles o Centro, Praia do Amarilho, Vitória, Bom Sucesso, Cafezal e Vila militar. A cidade tem quatro abrigos montados no Ginásio Hermilton Gadelha Pessoa, AABB, Escola Assis Vasconcelos, Quadra da Escola Messias Rodrigues
Em Feijó, o nível do Rio Envira na cidade também está acima da cota de transbordo, que é de 12 metros. Segundo a Defesa Civil municipal, o manancial marcou 13,14 metros nesta quarta. Com a nova subida do rio, os igarapés Diabinho e Aristides também transbordaram.
Conforme os dados, 15 famílias com 59 pessoas estão desalojadas, ou seja, foram levadas para casa de parentes por conta da enchente. Ao todo, 130 famílias estão atingidas na zona urbana e outras 150 na zona rural. Entre os bairros atingidos estão o Terminal, Centro, Aristides, bairro do Hospital, além de cerca de oito comunidades rurais.
Em Santa Rosa do Purus, moradores também foram atingidos pela enchente e a prefeitura decretou situação de emergência. Nesta quarta-feira (23), o Rio Purus marcou 9,72 metros e está acima da cota de transbordo, que é de 9 metros.
Conforme a Defesa Civil na cidade, 33 famílias com 134 pessoas estão desabrigadas e foram levadas aos dois abrigos montados em escolas na cidade. Além disso, cinco famílias foram levadas para casas de parentes, ou seja, estão desalojadas.
Outra cidade a sofrer com as enchentes dessa reta final do mês de março é Porto Walter, também cortada pelo Rio Juruá. Na cidade, as águas do manancial marcaram 9,94 metros, 20 centímetros acima da cota de transbordo, que é de 9,70, e atingiram cerca de 300 famílias.
Na regional do Alto Acre, a única cidade onde o Rio Acre continua subindo é Xapuri, que no fim da tarde desta quarta media 12,43 – sete centímetros da cota de alerta. Em Assis Brasil, com 5,38 metros, e Brasiléia, com 9,65, o rio está em vazante. Esses dados terão reflexo nas próximas horas na situação de Rio Branco, que no fim desta tarde atingiu os 13 metros.
Destaque 2
Bocalom diz ter R$ 400 milhões em caixa e que vai usar o que for necessário para ajudar alagados

Em meio a crise causada pela enchente dos igarapés e Rio Acre, o programa Bar do Vaz entrevistou na tarde desta terça-feira, 28, o prefeito Tião Bocalom (Progressistas) e abordou diversos temas referente a situação de emergência decretada pelo município. Na ocasião, o gestor revelou que dispõe de mais de R$ 400 milhões em recursos e afirmou que vai construir mais de mil residências populares em apenas 24 horas.
Ao explicar sua ausência da capital no início da enchente, Bocalom alegou que teve uma conversa com o coordenador da Defesa Civil, tenente-coronel Cláudio Falcão e não havia previsão de uma chuva acima dos 180 milímetros. “Eu havia falado com o Falcão antes de ir e infelizmente veio essa chuva de mais de 180 milímetros. Atingiu mais de 32 bairros e afetou mais de 800 famílias atingidas diretamente, estamos com o nível do Rio em 16,88 metros”, comentou.
O chefe do executivo municipal reforçou que sua economia vem gerando resultado e hoje os cofres da gestão contam com mais de R$ 400 milhões de recursos próprios. “Da última vez que nos falamos fizemos uma economia de R$ 250 milhões, agora, nós temos R$ 413 milhões”, ressaltou.
Ao ser indagado pelo empresário e jornalista Roberto Vaz sobre o desafio de construir mais de mil casas em um só dia, o prefeito garantiu que deverá executar o desafio e revelou que será necessário o empenho de 10 mil pessoas. “É um sonho e já fizemos o piso, primeiro, são 30 painéis cada casa dessa, quando chegar o dia vamos montar. Vamos precisar de mil carpinteiros, mil eletricistas e mil encanadores, um movimento de 10 mil pessoas. Eu sou madeireiro e marceneiro, sei como fazer isso. Hoje temos um recorde, além de fazer as mil e uma casas temos que bater um recorde. Todo mundo que falo do projeto eles abraçam na hora”, explicou.
Sobre a crise da enchente, o gestor culpou a classe política que fez vista grossa às inúmeras construções na cidade. “A nossa Rio Branco não foi planejada e muitos políticos tem culpa nisso, para ganhar votos fizeram vista grossa, com isso, sobra para a prefeitura, invadem de qualquer jeito, sem planejar rua”, analisou.
O prefeito da capital destacou no decorrer da entrevista que será necessário investir mais de R$ 400 milhões para desobstruir os igarapés – em especial, o São Francisco e que no próximo ano será feito um grande trabalho por parte da prefeitura. “R$ 250 milhões é para fazer apenas limpeza e desobstrução do leito. O que dá mais trabalho é o igarapé São Francisco, ano que vamos fazer um trabalho de desobstrução. Precisamos que as pessoas que moram na beira não joguem entulhos, da última vez tiramos um Fusca, desta vez, saiu um carro Fiat. Tem que mudar a educação”, mencionou.
Tião também criticou indiretamente os pouco recursos anunciados pelo governo federal e enalteceu a desativação de R$ 15 milhões dos cofres da prefeitura para ajudar as famílias atingidas pelas águas. “Já pensou que fosse esperar recursos do governo federal, a gente já comprou sacolões, produtos de limpeza. Esse R$ 1,4 milhões deve chegar no fim de semana só, eu estou feliz em ver a felicidade das pessoas em receber sacolão. Isso não é para agora, a Câmara deve aprovar a lei e depois fazermos o cadastro das pessoas, isso demora 30 a 40 dias para atender as pessoas”.
ASSISTA A ENTREVISTA:

Destaque 2
Chefe do MP do Acre, Danilo Lovisaro vistoria abrigos para vítimas da enxurrada em Rio Branco

O Ministério Público do Estado Acre (MPAC), por meio do Grupo Especial de Apoio e Atuação para Prevenção e Resposta a Situações de Emergência ou Estado de Calamidade devido à ocorrência de Desastres (GPRD), realizou neste sábado (25) visitas aos abrigos montados pela Prefeitura de Rio Branco e Governo do Estado para atender a população afetada pelas fortes chuvas que causaram o transbordamento de rios e igarapés na capital.
O procurador-geral de Justiça, Danilo Lovisaro do Nascimento, que esteve à frente das ações, destacou que o MPAC pode contribuir com o Estado e o Município para verificar as necessidades mais urgentes e cooperar para que o socorro, a assistência e a fiscalização dos espaços de abrigamento sejam realizadas de forma efetiva. Após visitar alguns abrigos, o PGJ também esteve no Parque de Exposições, que está sendo preparado para receber vítimas dos transbordamentos.
“Durante as visitas realizadas hoje, foi constatado que as instalações estão sendo bem coordenadas pelo Estado e pelo Município, inclusive no Parque de Exposições. Prestamos a nossa solidariedade à população e nos colocamos à disposição para auxiliar o executivo estadual e municipal, bem como também para coletar doações e ajudar a população naquilo que for necessário”, frisou o PGJ.
As vistorias, que envolveram entre membros e servidores cerca de 70 integrantes do MPAC, tiveram como propósito verificar o perfil das pessoas abrigadas e presença de grupos vulneráveis, condições dos abrigos, disponibilidade de alimentação, higiene, necessidade de medicamentos, entre outros. Desde a sexta-feira (24), vem crescendo o número de abrigos mantidos pela Prefeitura de Rio Branco e o Governo do Estado, que já chegam a 26, a maioria em escolas da capital.
De acordo com o último boletim do Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma), o Rio Acre está com 16,31 metros na medição das 12 horas, ultrapassando a cota de transbordo de 14 metros. Foram afetados 48 bairros e sete igarapés em Rio Branco, e 23.356 pessoas necessitaram de atendimento.
O promotor de Justiça Luis Henrique Rolim, coordenador adjunto do GPRD, apontou a necessidade de identificar e buscar rapidamente soluções para os problemas nos locais. “Com base nas reuniões que participamos, foi verificado que a previsão ainda é de mais chuvas até o domingo, o que pode provocar mais desalojamentos. Estamos atuando em parceria para dar respostas rápidas a todas as demandas”, afirmou o coordenador- adjunto do GPRD.
Por sua vez, o coordenador-adjunto do Núcleo de Apoio Técnico (NAT), promotor de Justiça Bernardo Albano, salientou que o MPAC vem realizando as vistorias não apenas para fiscalizar, mas com o propósito de auxiliar os trabalhadores dos abrigos. “Nossa missão principal nesse momento é fazer a ponte entre os executores de políticas públicas, identificando solicitações, problemas ou vulnerabilidades nesses abrigos, para buscar solucionar por meio da interlocução com os gestores responsáveis”, ressaltou o coordenador adjunto do NAT.
Também participaram da mobilização a procuradora-geral para Assuntos Administrativos e Institucionais, Rita de Cássia Nogueira, o secretário-geral, Gláucio Oshiro, o procurador de Justiça Francisco Maia Guedes, e os promotores de Justiça Iverson Bueno, Alekine Lopes, Abelardo Townes e Fernando Cembranel.

A imagem de um pai atravessando a correnteza de água em uma rua do bairro Recanto dos Buritis, em Rio Branco, emocionou internautas nesta sexta-feira, 24.
Luciano Cunha da Silva, que se apresenta nas redes sociais como recepcionista do Hospital Santa Juliana teve a casa completamente invadida pelas águas da enchente que assola a capital acreana.
Em um vídeo que circula nas redes sociais, Luciano, junto com a mãe das crianças, é amparado por outras pessoas para conseguir enfrentar a correnteza e salvar os filhos, batizados de Lorenzo e Angelo, que são recém nascidos.
O vídeo emocionou centenas de pessoas e se tornou um exemplo do caos vivido pela população, mas também da esperança da população enfrentada pela população de Rio Branco.
Luciano e esposa perderam móveis e quase tudo que tinham em casa. Uma campanha foi criada para ajudar Luciano. O PIX é o CPF 787.093.502-68, em nome de Luciano Cunha da Silva.
VEJA VÍDEO:
Ao menos cinco voos que estavam marcados para esta sexta-feira, 24, pertencentes às empresas Gol e Latam em Rio Branco, foram temporariamente suspensos. O cancelamento se deu em razão da interdição da via que dá acesso ao aeroporto internacional Plácido de Castro, ocorrido após inundação de córregos e igarapés na capital acreana.
Funcionários das empresas Gol e Latam entraram em contato com a Polícia Rodoviária Federal do Acre para informar sobre o cancelamento e emitiu uma nota de esclarecimento.
O acesso ao aeroporto em Rio Branco foi um dos sete pontos interditados na manhã desta sexta-feira. Por causa das fortes chuvas que ocasionaram alagamentos, o aeroporto afirma que busca preservar a segurança e o conforto de todos.
“Passageiros com viagens previstas para hoje (24) devem entrar em contato com as companhias aéreas para informações sobre reprogramação de voos”, diz nota de esclarecimento.
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