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Confederação de Municípios se opõe a reajuste do piso do magistério para 2022

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A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgou nota se posicionando com relação à portaria assinada nesta sexta-feira (4) pelo governo federal estabelecendo o reajuste do piso do magistério para 2022. De acordo com a entidade, o anúncio reforça a falta de planejamento e comunicação dentro do próprio governo, bem como demonstra que a União não respeita a gestão pública no país.


A Confederação Nacional de Municípios (CNM) entende que a Portaria não muda o entendimento anterior de que é necessária regulamentação da matéria por intermédio de uma lei específica, conforme reforçado em Nota de Esclarecimento do Ministério da Educação, de 14 de janeiro, com base em parecer da Advocacia-Geral da União (AGU).

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Assinada pelo presidente da CMN, Paulo Ziulkoski, a nota diz que os recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) não são do governo federal.


“Ao declarar que há recursos disponíveis para o pagamento do piso e de que os recursos do Fundeb são repassados aos Municípios pela União, o governo tenta capitalizar politicamente em cima desse reajuste sem, no entanto, esclarecer que o Fundo é formado majoritariamente por impostos de Estados e Municípios. Trata-se de um mecanismo de redistribuição composto por receitas dos três entes”, diz a manifestação.


De acordo com a CMN, com o anúncio feito pelo governo, os municípios terão um impacto de R$ 30,46 bilhões, condição que coloca os entes locais em uma difícil situação fiscal. Levantamentos da CNM mostram que, desde a criação do piso, há um aumento real muito acima da inflação e do próprio Fundeb.


De acordo com esses levantamentos, o piso do magistério cresceu 204% entre 2009 e 2021, superando o crescimento de 104% da inflação mensurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e de 143% do próprio Fundo, recurso que serve para o financiamento de todos os níveis da Educação Básica.


O repasse do Fundeb para este ano será de R$ 226 milhões. Com o reajuste anunciado pelo governo federal, estima-se que 90% dos recursos do Fundo sejam utilizados para cobrir gastos com pessoal.


“Como o piso é o valor abaixo do qual não pode ser fixado o vencimento inicial das carreiras do magistério, esse reajuste repercute em todos os vencimentos dos professores. Dessa forma, pode implicar o descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) por muitos Municípios. Desde 2008, a CNM atua junto ao Legislativo e ao Executivo pela aprovação do texto original do Projeto de Lei (PL) 3.776/2008, com a adoção do INPC nos doze meses anteriores para reajuste do piso”, diz outro trecho da nota.


A entidade finaliza a nota afirmando que, “ao entender que a Portaria não tem base legal, vai continuar acompanhando a discussão no âmbito jurídico a fim de garantir que haja clareza diante da indefinição criada, bem como mantendo orientação aos gestores de que seja feito o reajuste dado às demais categorias da administração municipal e fiquem atentos à discussão em âmbito nacional”.


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