A reciclagem do lixo no Acre ainda é um sonho distante, segundo se vê nos números apurados pelo Anuário da Reciclagem 2021, divulgado nesta sexta-feira (21) pela Associação Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (ANCAT).
O Acre tem apenas 21 catadores, número superior apenas ao do Piauí (10). Para efeito de comparação, São Paulo tem 2.254 catadores em diversas associações e cooperativas. No Acre, apenas uma cooperativa, a Catar, atua em Rio Branco.
Os dados do Anuário da Reciclagem 2021 apontam que as organizações pesquisadas possuem, uma média, de 37 catadores -algo bem maior que o quantitativo total do Acre – tendo o Centro-Oeste a maior média por organização (50), seguido pelo Norte (48), Sul (41), Sudeste (29) e, por último, a região Nordeste (27).
Considerando as informações das 375 organizações que indicaram o faturamento obtido, a venda dos materiais resultou em R$ 159 milhões no ano, com média de R$ 424 mil por associação ou cooperativa. No Acre foram comercializadas 500 toneladas de materiais recicláveis, volume que resultou em fluxo de R$355 mil.
O papel é o material com a maior quantidade comercializada pelas organizações de catadores (52%), seguido de plástico (22%), vidro (17%), outros metais (8%) e alumínio (1%). A representatividade por faturamento se inverte, começando pelos plásticos (44%), papel (42%), outros metais (7%), alumínio (4%) e vidro (3%).
A média do preço praticado no ano de 2020 para o alumínio foi de R$ 4,00/kg, outros metais R$ 3,00/kg, plásticos R$ 1,00/kg, vidros R$ 0,20/kg e papéis R$ 0,40/kg. A renda média mensal dos catadores pertencentes às organizações pesquisadas é de R$ 1.098,00.
A reciclagem das 326,7 mil toneladas de materiais coletados tem potencial de redução de emissões de 153,7 mil toneladas de gás carbônico no Brasil.