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Valdetes

Enquanto a maioria comemora o período natalino de maneira trivial, com a mesa farta, reecontros e troca de presentes, outros fariam apenas um desejo ao carismático Papai Noel: emprego. É o caso de dona Valdete Araújo, que mora na rua Francisco Aldemar, no bairro Chico Mendes, periferia de Rio Branco.


Divorciada, há um tempo atrás, ela mantinha quatro filhas e netos com a venda de café da manhã. Na casa em que reside, ainda se contra uma rústica e simples pintura que relembra os velhos tempos de comida na mesa. Hoje, Valdete lamenta e chora por não poder ter as filhas, os 12 netos, o bisneto e genros dentro de sua casa porque lhe falta o alimento e a casa se encontra praticamente deteriorada.


No dia em que foi entrevistada pelo repórter cinematográfico do ac24horas, Kenedy Santos, não tinha nada para comer e contava apenas com a fé para que ao longo do dia aparecesse algo para ingerir. O único neto que morava com ela e que ajudava a comprar alimento se encontra preso atualmente. “Foi preso há três meses, justamente o que me ajudava”. E ela jura não saber o porquê. Envergonha-se, com os olhos que parecem estar sempre prontos a chorar.


Sem benefício, renda ou aposentadoria, conta que seu desejo natalino para este ano é apenas conseguir um emprego e ter sua lanchonete de volta: “Tinha tudo, tinha café da manhã pros meus netos, almoço, merenda, janta. Faturava muito com o lanche. Hoje em dia não tenho mais nada”. Um pastor construiu uma bancada para que ela pudesse retomar as vendas, mas ela não tem recurso nenhum para iniciar o trabalho.


“Hoje, só oro e entrego pra Deus. Antigamente a gente se reunia, tinha ceia. Hoje em dia não tenho mais como fazer uma comida pros meus netos e filhas. eu Natal mais alegre é estar todo mundo com saúde, as minhas quatro filhas juntas, meu genro, meus 12 netos e um bisneto. E todo mundo com saúde”.


Franzina, ombros estreitos, corpo miúdo, voz um pouco estridente, quem sabe denunciando até um distante tempo em que cometia o luxo de ser fumante. Ela é a personagem desta semana. A narrativa de Valdete concretiza o que foi desconstruído em políticas públicas para tantas outras “Valdetes”, de tantos outros bairros “Chico Mendes” Brasil a fora.


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