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Favorecimento de Nenê à “apadrinhados” revolta servidores

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Foto: Diego Gurgel


Profissionais que trabalham diretamente na oferta de assistência técnica e extensão rural na Secretaria de Produção e Agronegócio do Acre (SEPA) estão insatisfeitos com o que chamam de “apadrinhamento” do secretário Nenê Junqueira na hora de definir servidores que participam de eventos ligados à produção rural e não levar em conta a questão técnica na hora de escolher quem participa dos congressos, feiras e visitas técnicas fora do estado, com diárias e passagens custeadas com dinheiro público.

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“O que está acontecendo é um absurdo. Enquanto nós que ralamos no sol quente levando conhecimento ao homem do campo, quando aparece uma oportunidade de aprendermos um pouco mais e ofertar isso ao produtor rural ficamos de fora das viagens enquanto servidores que não são técnicos, que não trabalham com o homem do campo são escolhidos para integrar a comitiva sem nenhuma justificativa. É claro que não é possível ir todo mundo, mas se a viagem é de troca de experiências, é um absurdo um governo que afirma que veio para fortalecer o agronegócio trabalhar assim”, diz um técnico que por medo de represálias prefere não se identificar.


A reportagem do ac24horas recebeu a lista de servidores escolhidos para as duas últimas viagens. A primeira foi a Feira Internacional do Café que aconteceu no último mês de novembro em Belo Horizonte. A comitiva acreana contou com 22 pessoas, entre elas, vereadores e 10 produtores rurais que tiveram a viagem bancada pelo Sebrae e pela Federação da Agricultura. Da SEPA, a lista incluía, Nenê Junqueira, além de chefes de departamento, mais duas pessoas lotadas no administrativo da secretaria, o que causou revolta entre os técnicos. Sheyla Ingrid Dias Lustosa, que é chefe de gabinete de Junqueira, e Ana Carolyna da Silva Maia, que é cargo comissionado lotada também no gabinete. Cada uma recebeu mais de 2 mil reais em diárias, além das passagens.


“A gente queria saber qual a explicação para que técnicos que levam conhecimento ao trabalhador do campo fiquem de fora, enquanto duas pessoas do administrativo, que não trabalham na assistência técnica foram participar de uma feira de café?”, questiona um profissional.


A outra viagem que tem provocado revolta entre os técnicos ainda vai acontecer e se trata de uma viagem ao Pará entre os dias 2 e 6 de dezembro para conhecer o cultivo de açaí e os programas de desenvolvimento da cadeia produtiva realizados naquele estado. Mais uma vez, os nomes de Ana Carolyna e Sheyla Ingrid estão entre os sete servidores da SEPA que vão para viagem.


O ac24horas procurou Nenê Junqueira. O gestor da SEPA explicou a escolha de Sheyla afirmando que mesmo ela sendo chefe de gabinete possui formação na área de agronomia e que a escolha é para servidores que podem passar o conteúdo adquirido para os produtores. Já em relação a Ana Carolyna, Junqueira explicou que a mesma o auxilia cuidando de sua agenda e ajudando os produtores que vão em algumas das viagens.


A explicação não convenceu os técnicos. “Isso é um absurdo, a Sheyla nunca atuou como agrônoma, apenas tem a formação. O contrato dela é administrativo. Queremos que o secretário apresente a ART de cargo e função dela registrada no CREA, além do comprovante de anuidade paga deste ano, que são exigências para atuar como agrônoma”, afirma.


No portal de transparência do governo do estado, realmente Sheyla Ingrid não é contratada como agrônoma e sim como técnico administrativo.


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