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Desmatamento no Acre em 2021 supera 120 mil Arenas da Floresta, segundo o Inpe

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O Acre teve 871 km² de florestas desmatadas no período de 1º de janeiro a 31 de outubro de 2021. Convertendo essa área em campos de futebol, para se ter uma ideia mais clara do que esse número representa, pode-se dizer que o equivalente a 121.988 Arenas da Floresta foram consumidos pelo desmatamento no estado em apenas 10 meses.


Fazendo um comparativo com os mesmos dados relativos ao ano passado, quando o estado teve 706 km² de devastação de florestas, a taxa atual representa um crescimento de 23%, o maior registrado desde o ano de 2004, ou seja, em 17 anos o Acre não registrou uma diferença tão grande de um ano para outro nas avaliações do avanço do desmatamento.

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Os dados são do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), por meio do Projeto de Monitoramento do Desflorestamento da Amazônia Legal por Satélite (Prodes), que é considerado o mais preciso para medir as taxas anuais de desmatamento. O Prodes define como desmatamento a remoção completa da cobertura florestal primária por corte raso a partir de 6,25 hectares.


Entre os estados amazônicos, as maiores taxas de desmatamento foram observadas no Pará (5.257 km²), no Amazonas (2.347 km²), no Mato Grosso (2.263 km²) e em Rondônia (1.681 km²). O Acre vem logo em seguida, ocupando o quinto lugar, com 871 km². O ano em que o Acre teve o menor índice de desmatamento, segundo o Prodes, foi em 2009, com 167 km².


Dias atrás, o secretário de Meio Ambiente, Israel Milani, disse que o problema dos altos índices de desmatamento não compete somente ao Acre. Segundo ele, os demais estados amazônicos sofreram com a problemática, “alguns um pouco mais e outros menos, dependendo muitas vezes do verão, das condições do que os órgãos fiscalizadores vêm fazendo”.


Ao ac24horas, o secretário afirmou que aguarda dados mais específicos do Inpe para detalhar melhor os locais onde os desmatamentos ilegais se concentraram no Acre. “Estamos aguardando a liberação das bases cartográficas do Prodes/INPE para que possamos estratificar melhor os dados e saber exatamente em que pontos ocorreram os desmatamentos ilegais”.


No Acre, assim como nos outros estados amazônicos, o crescimento dos índices de desmatamento possuem relação direta com as queimadas. Em outubro passado, o chefe da Divisão de Projetos Estratégicos do Inpe, Fabiano Morelli, informou que 69% das ocorrências de fogo no estado têm acontecido predominantemente em áreas recentemente desmatadas.


Morelli também apontou que 35% dos desmatamentos e queimadas registrados no Acre ocorrem em áreas onde o Cadastro Ambiental Rural (CAR) ainda não está declarado. O CAR tem a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento.


Em toda a Amazônia Legal, a estimativa da taxa do desmatamento do Prodes para o ano florestal 2020/2021 foi de 13.235 km² representando um aumento de 22% em relação ao ano florestal 2019/2020. A maior taxa na série histórica do Prodes para a região foi registrada em 2004, quando 27 mil km² de área desmatada foram apontadas pelo sistema.


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