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Fernanda Hassem diz em entrevista que governo federal prestou desserviço na pandemia

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Entrevistada nesta terça-feira (21) do programa PT Cidades, apresentado pela ex-senadora Ideli Salvatti no YouTube, a prefeita Fernanda Hassem, de Brasiléia (AC), falou sobre os avanços e ações da gestão petista no município e não poupou críticas à atuação de Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia e a outras questões da alçada do governo federal.


Hassem começou por relatar as dificuldades para administrar as dificuldades impostas pela pandemia em uma região de fronteira completamente aberta com a Bolívia, sem nenhum tipo de fiscalização por parte do governo federal, isso depois de a cidade ter enfrentado duas grandes enchentes do Rio Acre, nos anos de 2012 e 2015.

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Para ela, uma das maiores dificuldades desse período conturbado pela pandemia foi o diálogo contraditório entre as três esferas do Poder Executivo. Governos federal, estadual e municipal falando diferentes linguagens, segundo ela. Fernanda afirmou que em resposta à falta de diálogo com o governo federal, concentrou todas as energias no combate ao vírus.


“Tenho muito orgulho de dizer que mesmo com todas as dificuldades e a falta de diálogo por parte do governo federal nós optamos por priorizar vidas e cuidar das pessoas. Dos 27 mil habitantes que nós temos, já aplicamos 22 mil doses de vacinas. Nós fomos a primeira região do Acre (o Alto Acre) a entrar na bandeira verde”, afirmou.


A prefeita de Brasiléia disse ainda que, além das dificuldades de toda ordem, o desnível de informações também foi muito prejudicial durante o enfrentamento da pandemia. Ela afirmou que enquanto o município lutava para salvar vidas, o governo federal prestava um desserviço à população do país e do estado em um dos momentos mais desafiadores da crise sanitária.


“Nós tivemos que fazer tratativas locais com o governo do departamento de Pando e com a prefeitura de Cobija, no lado boliviano, porque não tivemos apoio do governo federal no que diz respeito ao enfrentamento da pandemia. Felizmente, temos uma relação harmoniosa com os nossos vizinhos, porque não adiantaria a gente fazer aqui e eles não fazerem lá”, ressaltou.


A prefeita Fernanda Hassem também cobrou do governo federal a falta de políticas públicas para melhorar a vida de quem vive na Reserva Extrativista Chico Mendes, a maior Unidade de Conservação Federal do país, com quase 1 milhão de hectares, dos quais 391 mil estão em Brasiléia, cobrindo 20% da área territorial do município.


De acordo com ela, não há apoio para a infraestrutura, como recursos para a melhoria de ramais (estradas vicinais) e pontes e muito menos para outros investimentos, como nas áreas de saúde e educação, setores que a prefeitura atende como pode, com seus próprios recursos, uma vez que, segundo ela, a população que está na Resex pertence ao município.


A gestora de Brasiléia ainda falou sobre as dificuldades relacionadas à fronteira aberta com a Bolívia, outro ponto que não tem tido a atenção das autoridades federais brasileiras. Esses problemas passaram, durante a pandemia, pelo desafio de atender também aos bolivianos, que procuraram atendimento médico no lado brasileiro, assim como ao aumento da criminalidade.


Mas a prefeita do município populoso da regional do Alto Acre não falou apenas de problemas. Mostrou os investimentos que estão sendo feitos na cidade em parceria com o governo do estado do Acre e até mesmo com as autoridades governamentais do lado boliviano, destacando a intenção comum das prefeituras de Brasiléia e Cobija de revitalizar a orla do Rio Acre nos dois lados.


vídeo do programa está disponível no You Tube para quem desejar assistir a conversa de Fernanda Hassem com Ideli Salvatti.


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