Ao som de instrumentos musicais, dança e críticas ao presidente Jair Bolsonaro, o Sindicato dos Correios e Telégrafos do Acre (Sintect-AC) iniciou na manhã desta quarta-feira, 18, uma paralisação de 24 horas contra a possível privatização da empresa.
A decisão pela paralisação foi aprovada em plenária nacional da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect).
De acordo com Suzy Cristiny, presidente do Sintect-AC, este é o segundo grande ato em defesa das companhias públicas importantes para a soberania do país e dos direitos sociais de diversos segmentos feito pelo sindicato e bem como, contra a reforma administrativa.
“Diante das ameaças diretas de privatização dos Correios, não resta outra alternativa senão ir às ruas. Essa venda colocará em risco milhares de empregos e a população vai ser prejudicada sem serviço, na maioria dos municípios, tendo que pagar mais caro. Também denunciaremos a Reforma Administrativa. Ela engana o povo, vai acabar com os concursos e instituir a rachadinha no serviço público. Preparamos uma série de temas importantes para reivindicar mais uma vez”, declarou.
Suzy se mostrou contrária ao governo Bolsonaro, segundo ela, é necessária uma avaliação diária. ” O que temos visto é a carestia dos alimentos, o desemprego alto e muitas pessoas que morreram por conta da Covid-19 por negligência, esse Governo não está atendendo os interesses do povo. Temos que tirar o carrapato da corrupção”, desabafou.
As reivindicações dos trabalhadores envolvem melhorias das condições de trabalho e reajuste salarial, além de exigir o fim do sucateamento da empresa e do projeto do Governo Jair Bolsonaro de entregar os Correios para o setor privado. Se aprovada, a mobilização também integrará a greve do funcionalismo público contra a “reforma” administrativa.
O Projeto de Lei (PL) 591, que abre caminho para a privatização dos Correios, foi aprovado na Câmara dos Deputados no dia 5 deste mês. Agora, a matéria passa a tramitar no Senado Federal. Na Câmara, o projeto passou às pressas, a partir da articulação do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), com Bolsonaro. Aliados, o Governo e o “Centrão” aprofundam o desmonte de empresas públicas lucrativas.
O presidente Jair Bolsonaro já manifestou, no mês de abril, o desejo de privatizar a estatal. A ideia de vender os Correios ainda não foi colocada em prática, porque depende do Congresso Nacional.