William Ferreira Mejido, de 61 anos, foi preso na última sexta-feira, 13, em Xapuri, no interior do Acre, quando acompanhava uma mulher, também de nacionalidade boliviana, que tentava tirar uma carteira de identidade na OCA, central de atendimentos da cidade, com uma certidão de nascimento falsa.
Na delegacia de polícia, Mejido disse ser pai de uma senadora na Bolívia e que já foi alcalde (prefeito) de Cobija, capital do departamento de Pando. A informação foi confirmada por fontes na cidade boliviana. Ele é pai da senadora de oposição Corina Ferreira Domínguez, de 31 anos.
Primo do ex-governador Leopoldo Fernández, William Mejido se transferiu para o Brasil por volta do ano de 2008, de acordo com as informações obtidas pelo ac24horas. Desde então, ele permaneceu radicado em Epitaciolândia, onde mantém atividade comercial, sendo proprietário de uma casa noturna.
A família diz que ele vive no lado brasileiro há 35 anos, no entanto, aparece na estrutura de governo de Leopoldo Fernández entre os anos de 2006 e 2008, ocupando cargo como contratista de obras, o que indica que não permaneceu esse tempo todo unicamente no lado brasileiro da fronteira.
Tanto Mejido quanto a jovem que foi trazida por ele para tentar tirar o documento de identidade brasileiro usando uma certidão de nascimento falsa seguem presos na delegacia de Xapuri e deverão ser encaminhados ao presídio de Rio Branco no decorrer desta semana, de acordo com a Polícia Civil.
A prisão dos dois bolivianos foi fruto de investigações que vinham sendo realizadas por agentes da Delegacia Geral de Xapuri em conjunto com o Instituto de Identificação da Polícia Civil do Acre. Eles responderão pelos crimes de falsidade ideológica e de falsificação de documentos.
Por telefone, a senadora Corina Ferreira Domínguez afirmou que não tem declarações a fazer sobre o caso, pois não possui relação familiar com o pai desde os quatro anos de idade e considerou inadequado que sua imagem tenha sido relacionada com o fato que envolve o seu genitor.
Outra filha de William Mejido, que não se identificou, enviou mensagem assegurando que o boliviano vive no Brasil há 35 anos, após ter obtido asilo no país. Ela nega a informação de que o pai tenha tido problemas com dívidas na Bolívia antes de mudar para Epitaciolândia, como foi informado por uma fonte no país vizinho.
