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Bolsonaro sanciona lei que transforma de times de futebol em empresas

SÃO PAULO, SP - 02.12.2018: PALMEIRAS X VITÓRIA - O presidente eleito do Brasil, Jair Messias Bolsonaro acena para torcida antes de partida entre Palmeiras x Vitória válida pela 38a rodada do Campeonato Brasileiro 2018, realizada no Allianz Parque. (Foto: Marcelo Machado de Melo /Fotoarena/Folhapress) ORG XMIT: 1650921
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O presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei que estabelece regras para transformação de times de futebol em empresas e cria a figura da Sociedade Anônima do Futebol (SAF).


O texto foi aprovado em junho pelo Senado e em julho pela Câmara.


Atualmente, os clubes de futebol são associações civis sem fins lucrativos. A proposta, chamada de Marco Legal do Clube-empresa, prevê estímulos para a conversão dos clubes ao modelo da SAF. Não há obrigatoriedade de que os clubes se transformem em empresas.

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Com a transformação, as equipes terão instrumentos para capitalização de recursos e para o financiamento próprio, como:


emissão de títulos de dívida (debêntures-fut);


atração de fundos de investimento;


lançamento de ações em bolsa de valores.


Segundo a proposta, a Sociedade Anônima do Futebol cuidará somente do futebol masculino e do feminino.


Isso exclui a possibilidade de outros esportes, como o vôlei, migrarem para a SAF e também impede que entidades, federações e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) se transformem em SAF.


Nome, escudo e sede

Pelo texto, alterações no nome, no escudo, no hino, nas cores, no local da sede do time só serão efetuadas com a concordância do clube, detentor das chamadas ações da classe A, que deu origem à Sociedade Anônima do Futebol.


A lei prevê também a transferência obrigatória à SAF dos direitos e deveres decorrentes de relações com o clube, inclusive os direitos de participação em competições, contratos de trabalho e de uso de imagem.


A transferência de direitos e patrimônio do clube para a SAF “independe de autorização ou consentimento de credores ou partes interessadas”.


Se instalações como estádio e centro de treinamento não forem transferidas, o clube e a empresa deverão firmar contrato com as condições para uso desses espaços.


Ainda conforme A eli, enquanto as ações ordinárias de classe A — aquelas do clube que originou a SAF — corresponderem a pelo menos 10% do total, o voto do titular das ações de classe A será condição necessária para a empresa decidir, entre outras questões, sobre:


alienação, oneração, cessão, conferência, doação ou disposição de qualquer bem imobiliário ou de direito de propriedade intelectual conferido pelo Clube ou Pessoa Jurídica Original para formação do capital social;

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qualquer ato de reorganização societária ou empresarial, como fusão, cisão, incorporação de ações, incorporação de outra sociedade;
dissolução, liquidação e extinção.


Dívidas

O texto dá prazo de seis anos, prorrogáveis por mais quatro anos, para o clube quitar suas dívidas cível e trabalhista e dá alternativas aos times para pagamento dos débitos:


pagamento direto das dívidas pelo clube;


recuperação judicial (negociação coletiva);


consórcio de credores.


A nova lei também prevê mecanismo de transferência mensal de um percentual de receitas destinado ao pagamento de dívidas de natureza civil e trabalhistas.


Ainda constam na lei os chamados “instrumentos de aceleração” para pagamento dessas dívidas:


deságio: permite ao titular do crédito negociar a redução da dívida com o devedor, para recebimento dos valores;


cessão do crédito a terceiro: permite ao titular do crédito, não concordando com o deságio oferecido pelo devedor, buscar no mercado condições melhores;


conversão da dívida em ações da SAF: permite a conversão de toda ou parte da dívida em ações do clube-empresa;


emissão de títulos de mercado revertendo para o pagamento da dívida.


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