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Falha de desempenho da inovação

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As falhas da inovação são equivalentes às falhas dos produtos, que acontecem quando os desempenhos previstos não acontecem. Naturalmente que a ideia de acontecer é um continuum que vai desde a mínima desconformidade até o disfuncionamento completo da inovação. No esforço das ações corretivas, muitas vezes se torna um verdadeiro desafio até mesmo a detectação das falhas. Elas costumam ser praticamente imperceptíveis, tanto ao longo das cadeias de produção dos componentes quanto na apresentação dos resultados desejados. Por essa razão, o esforço de melhoria contínua é uma tendência atual de uso na busca de identificação das falhas, especialmente com o uso das ferramentas da qualidade. É por essa razão que eles serão utilizados para esclarecer os seis focos de falhas na inovação. Neste sentido, este ensaio tem como objetivo apresentar o esquema geral das ações corretivas.


O primeiro desafio do esforço de detectação de falhas na inovação é a definição do problema. Um problema é toda situação ou resultado indesejado de uma inovação. A ideia aqui é que a inovação é gerada para apresentar determinados resultados ou benefícios. Quando esses benefícios e resultados não acontecem, tem-se um problema. Quase sempre os problemas são apenas consequências dos desajustes ou operações inadequadas do processo de produção. O uso de ferramentas de mapeamento de processo ajuda bastante nessa primeira etapa, cujo objetivo é saber com precisão quais são as falhas que a inovação apresenta.

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O segundo é a identificação das possíveis causas. Uma casa é a geratriz de pelo menos um efeito. Neste sentido, o desafio desta segunda etapa é o de listar todas as causas possíveis. Todas, sem exceção. Nenhuma possibilidade deve ser descartada, por mais simplória e óbvia que possa parecer. A experiência tem demonstrado, por exemplo, que muitas causas de grande impacto têm aparências de singeleza.


O terceiro estágio é o de detectação das causas reais. Uma coisa é desconfiar de que algo é uma causa; outra é a confirmação de que ela realmente causa determinado efeito indesejado. Por essa razão, nesta fase todas as causas precisam ser testadas e retestadas, de maneira que sejam descartadas as que não geram os efeitos indesejados e sejam determinadas as que os causam, chamadas de causas reais.


O quarto estágio é a proposição e o teste de uma solução para o problema. A solução é decorrente dos ajustes nas causas, em que cada uma delas representa um padrão de funcionamento e de geração de microrresultados. Cada ajuste precisa ser testado e retestado, tantas vezes quantas necessárias, até que esteja devidamente calibrado. Quando todas as causas são anuladas e passam a gerar os resultados pretendidos, a solução pode ser considerada válida.


O quinto estágio é a implantação da solução. Depois que vários testes foram feitos para todas as causas do problema e a inovação se mostrou efetiva nos resultados que precisa apresentar, é necessária a sua devida implantação. Implantar significa tanto a recomposição de todo o sistema de inovação quanto a preparação dos operadores para lidar com as alterações realizadas, assim como a documentação que comporá o novo protocolo. Implantar uma melhoria é, portanto, provocar uma espécie de mudança de mentalidade no corpo de operadores do sistema de inovação.


O sexto estágio é a análise e acompanhamento dos resultados das correções realizadas. Muitas vezes a implantação é antecedida da preparação conceitual dos operadores, seguida das alterações nas linhas de inovação e continuada com a análise de cada resultado gerado. A cada resultado indesejado, novos ajustes são realizados para a conformidade com o novo padrão, até que ele esteja integralmente implantado e gerando os resultados desejados.


Esse esquema global conceitual pode ser aplicado com o uso de diferentes ferramentas da qualidade, no sentido de detectar as falhas tanto na constituição do processo de inovação quanto na sua operacionalização, depois de validado e implantado. É esse esquema que fundamenta, por exemplo, a ferramenta Planejar, Fazer, Estudar e Agir (PDSA, do original em inglês), em que se planeja a correção, seguindo-se com sua implantação, analisam-se os resultados e age-se sobre os resultados indesejados.


Ferramentas de uso mais complexo, como a Análise de Pareto e sistema de classificação ABC, também podem ser utilizadas para a detectação de problemas. Para isso, contudo, é necessário que se compreenda, sempre, o esquema lógico a ser seguido, que começa com a percepção de que resultados indesejados estão acontecendo, cujas causas são conhecidas, e termina com a análise e acompanhamento dos resultados gerados pelas alterações provocadas no sistema de inovação. Isso quer dizer que a busca pelas falhas não termina com a constatação das causas do problema, mas com a construção e implantação de uma fórmula de solução. A razão disso é que os esforços de detectação de falhas são apenas uma etapa do grande desafio de realizar ações corretivas no processo de inovação.


Não é incomum que seja necessária a análise dos subprocessos de inovação, que produzem os seus componentes. Mas o esquema lógico é o mesmo. Muitas ferramentas utilizadas para detectar as falhas na inovação podem ser utilizadas com a mesma finalidade em relação aos componentes. Afinal, cada componente também é uma espécie de produto. Inovações mais complexas, que são compostas por várias linhas de produção combinadas, exigem a detectação do problema macro seguida das detectações das causas nas linhas de produção específicas, que dão origem a elas. Como consequência, o uso combinado de ferramentas com o mesmo intuito se transforma em procedimento comum neste intuito, como será visto depois.



Daniel Silva é PhD, professor, pesquisador do Instituto Federal do Amazonas (IFAM) e escreve todas às sextas-feiras no ac24horas.com


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