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Saldo dos créditos para a economia acreana cresceu mais de R$ 1,29 bilhão em um ano

No artigo de hoje vamos tratar sobre o volume de crédito e o papel e os efeitos que esse volume pode estabelecer no dinamismo econômico local. É consenso que, dentro das funções do crédito, destacam-se: 1. Permitir o início da produção, por possibilitar ao empresário a não necessidade de acumular capital; 2. A capacidade de ampliar o ritmo e a escala da produção da economia e 3. Facilitar e antecipar a venda das mercadorias ao financiar o seu consumo. Portanto o crédito pode sincronizar as etapas de produção e de venda de mercadorias, aumentando também o ritmo e a escala da produção.


O saldo de crédito ofertado pelo Sistema Financeiro Nacional no Acre subiu 16,8%, em valores correntes de abril de 2020 para abril de 2021. São dados do Banco Central do Brasil. O volume de financiamentos aumentou de R$ 7,736 milhões, para R$ 9,034 milhões de abril/20 a abril/21.


O saldo de crédito do Acre, em abril de 2021, está compatível com a sua participação no PIB nacional que foi de 0,2% e no da Região Norte, que foi de 5,7%. O saldo do crédito no Acre representa 0,22% de todo o saldo brasileiro (R$ 3,556 trilhões) e 5,23% de todo o saldo da Região Norte (R$ 147,885 milhões).



Na carteira de pessoas jurídicas (saldo de R$ 2,801 milhões) e expansão de 12,85% em relação a abril de 2021. Este saldo representa 4,88% de todo o saldo da Região Norte (R$ 57,404 milhões).  Parte destes recursos vão para o crédito à produção, aquele que tem a capacidade de gerar investimentos que tem o papel de desenvolver determinadas atividades produtivas, utilizando novas tecnologias e gerando novos empregos. Outra parte vai para o crédito comercial às empresas, aquele com capacidade de formar ou aumentar o capital de giro das empresas. Não esquecendo que a maior parte deste saldo se destinou ao crédito agrícola, ofertado para compra de insumos e novos equipamentos, capazes de melhorar a tecnologia e gerando novos empregos no campo.


O saldo de crédito para pessoas físicas totalizou R$ 6,233 milhões (alta de 18,63% em doze meses), superando em 5,78 pontos percentuais o aumento no saldo do crédito concedido às pessoas jurídicas. Este saldo representa 5,1% de todo o saldo da Região Norte (R$ 122,323 milhões).  A maior parte do saldo das famílias é referente ao crédito ao consumidor que também é importante e financia a compra de qualquer produto de consumo, onde o comprador passa a usufruir imediatamente de um bem que será pago com a sua renda pessoal. Os créditos mais comuns nesses casos são os consignados realizados, principalmente pelos bancos públicos e também pelas financeiras.


Inadimplência

A taxa de inadimplência Total do Acre foi de 2,40% em abril de 2021, em contraste com 3,27% em abril de 2020 (queda de 26,61%). No mesmo período, a taxa de inadimplência caiu tanto nacionalmente (30,7%), como regionalmente (38,32%). Uma alta taxa de inadimplência prejudica a economia em geral porque reduz a capacidade das instituições financeiras de retornar este capital ao mercado, reduzindo suas capacidades de ampliar as funções que o crédito desempenha na economia.



Observamos nos gráficos acima que as Taxas de inadimplência, tanto das operações com as empresas como com pessoas físicas caíram em abril de 2021 em relação a abril de 2020. A das empresas caiu para 2,26%, uma redução de 15,4%. As taxas para as empresas foram reduzidas tanto no Brasil (44,3%), como na Região Norte (54,6%). Nas operações com pessoas físicas, as taxas de inadimplência também caíram significativamente: no Acre (30,42%), no Brasil (27%) e na Região Norte (31,3%).


Sem dúvida o volume de novos empréstimos concedido a famílias e empresas é um importante propulsor do crescimento econômico. Geralmente os empréstimos e a atividade econômica se movem juntos. Quando as instituições financeiras não estão dispostas a emprestar, a economia enfraquece. Os indicadores de crescimento em 16,8% no volume do crédito concedido e a redução da taxa de inadimplência média, que saiu de 3,27% para 2,4%, são bons indicadores e com certeza estão contribuindo para a saída da crise e a retomada do crescimento. Dois indicadores publicados no início da semana colaboram com essa retomada.


O primeiro veio do comércio internacional. Em maio, o Acre exportou US$ 3,412 milhões e importou US$ 33,5 mil, resultando em um saldo na balança comercial de US$ 3,445 milhões.  Com os dados de maio, o Acre fechou os cinco primeiros meses de 2021 com um saldo recorde de US$ 24,046 milhões, superando em 50,5% o saldo do mesmo período de 2020, que foi de US$ 15,207 milhões.


O segundo veio do volume de vendas do comércio varejista de abril que, embora tenha apresentado uma leve queda de 0,2%, frente a março, porém, comparando com abril de 2020, teve alta de 41,3%, a segunda taxa positiva consecutiva. No acumulado no ano chegou a 9,6% e no acumulado nos últimos 12 meses cresceu 9,7%, mostrando uma forte recuperação. Infelizmente


O lado desagradável veio da publicação do IPCA de maio pelo IBGE. Os preços em Rio Branco cresceram 0,93%, acima da taxa do Brasil (0,83%). Com a taxa de maio, o acumulado no ano ficou em 4,42%, e o dos últimos 12 meses, de 11,43%. Rio Branco é a localidade, dentre todas as Regiões metropolitanas e municípios pesquisados pelo IBGE, com a maior inflação tanto no acumulado no ano como nos últimos 12 meses.


Vamos aguardar a publicação dos indicadores do emprego para sentir se o aumento no crédito também se reflete no combate à pobreza e à desigualdade.



Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas.