O primeiro ‘Boa Conversa’ de 2021, que foi ao ar na noite dessa quarta-feira, 26, pelas redes sociais do ac24horas, trouxe como entrevistado o ex-senador da do Acre, Jorge Viana. Entre os assuntos debatidos, o político tratou sobre a pandemia do novo coronavírus, política local e expectativas e projeções para as eleições de 2022.
Viana é categórico ao afirmar que o Brasil tem um problema atualmente em relação à pandemia criado pelo próprio presidente da República, Jair Bolsonaro. Ele avaliou ainda as gestões dos poderes municipal, estadual e federal frente à crise imposta pelo coronavírus. Sobre o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, ele diz: “confesso que ele me decepciona. Ficou tantos anos querendo ser prefeito e, quando assume, não faz o feijão com arroz. Socorro [Neri] também foi uma decepção pra nós [Partido dos Trabalhadores], mas para mim é passado” destacou.
O petista ressalta que a pandemia mascarou alguns governos incompetentes. “Falta um plano, não fizeram projetos, não fizeram licitações. Aí fica difícil. Atravessei a cidade hoje e não vi uma obra. Em três anos, não dava para construir uma casa, uma choupana para alguém?”, indagou, se referindo ao governo Gladson Cameli.
Apesar de tentar evitar criticar as atuais gestões, Jorge não deixou de apontar possíveis erros cometidos a nível estadual, municipal e federal. “A população não está muito interessada nessa conversa partidária. Eu vejo algumas coisas graves, principalmente quanto ao futuro pós-pandemia”, declarou, completando: “No Acre, não vejo horizontes colocados pela prefeitura e o governo”.
Sobre o negacionismo criado em torno da vacina contra Covid-19 e uma possível ascensão do ex-presidente Lula em meio aos desgastes do governo Bolsonaro, o ex-senador acredita que deva haver uma reconstrução do Partido dos Trabalhadores (PT) para 2022.
Eleições 2022
“Não quero estar na política para ser oposição, mas para apontar soluções”, é assim que pensa Jorge Viana quanto aos seus prováveis adversários políticos no atual cenário local. Mesmo estando preocupado em lutar para sobreviver na pandemia, ele não descarta uma candidatura ao senado ou ao governo nas próximas eleições. “O que tem claro é que eu estou sendo cobrado na minha responsabilidade e incentivado. A população está atrás de alguém com calma, que aponte um caminho no meio dessa confusão política e eu não vou fugir da minha responsabilidade”, assegura.
Nesse momento, o ex-senador afirma estar num processo de ouvir as pessoas e o que elas têm a dizer. “Temos que achar um caminho, alguém que consiga apontar para onde a gente vai depois dessa pandemia. É provável que eu dispute [ a eleição], isso está posto”.
Para ele, o caos instalado a nível federal por falta de vacinas pode, sim, impulsionar a candidatura de Lula à presidência. “Nas eleições de 2018 as pessoas votaram com raiva, mas depois dessa crise social, miséria e desemprego, acho que a população tende a votar em alguém mais experiente, que tenha calma, que seja um porto seguro”, diz.
O PT mudou
Durante a entrevista, Viana revelou que “o PT mudou”, tanto em questão de fidelidade partidária, como em outros pontos de vista. “Os companheiros que estão com mandato estão procurando achar um caminho no meio disso tudo. A porta de entrada e de saída do PT não tem trava. Os prefeitos do PT devem estar tentando atravessar essa crise que estamos vivendo”, salienta.
Para ele, existe uma maneira de se relacionar com o governador e o presidente em nome da população. “Com a possibilidade de Lula ser presidente, é mais possível que as pessoas venham do que saiam do PT”, argumenta, ressaltando que a onda antipetista não acabou, mas que mudou bastante. “Sinto que está se criando um movimento de ter esperança, para quando a pandemia passar, mudar a situação em que vive”, conclui.