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Irmã de Ilderlei Cordeiro e atual secretário de Cruzeiro do Sul são alvos de operação da PF

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A Polícia Federal do Acre deflagrou na manhã desta terça-feira, 25, duas operações simultâneas batizadas de Jumper e Suplica nas cidades de Rio Branco e Cruzeiro do Sul. As diligências ocorrem simultaneamente também nas cidades de Manaus/AM, Brasília/DF, Pindamonhangaba/SP, São José dos Campos/SP, Salvador/BA, Serrinha/BA e Natal (RN).


O ac24horas apurou que os alvos dessa investigação são o atual secretário administração da prefeitura de Cruzeiro do Sul, João Pereira, e a irmã do ex-prefeito Ilderlei Cordeiro, a advogada Idelcleide Cordeiro, que foi chefe de gabinete na gestão do irmão.

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O apurado até o momento aponta que os agentes federais cumpriram apenas mandados de busca e apreensão na casa do secretário em Cruzeiro do Sul e na residência de Idelcleide, no Condomínio Chácara Ipê, em Rio Branco.


Outros alvos da operação foram os empresários Manu e Sandro Cameli, que tiveram suas casas e empresas devassadas pela ação policial.


Ambas as ações visam a desarticular supostas organizações criminosas que, de forma estruturada, praticavam os crimes de peculato, corrupção passiva e ativa, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, dentre outros; além de coletar novos elementos de provas que possam corroborar, ratificar ou alterar as hipóteses criminais traçadas no bojo das investigações.


Mais de 110 policiais federais participam das operações, visando ao cumprimento de 42 mandados judiciais expedidos pela Justiça Federal, Subseção Judiciária de Cruzeiro do Sul/AC, sendo 29 de busca e apreensão, 04 de prisão, 8 de sequestro de bens móveis e 01 mandado de afastamento cautelar do cargo público. Além disso, estão sendo bloqueados os ativos financeiros dos principais envolvidos no montante de aproximadamente R$ 6 milhões.


A Operação JUMPER apura supostos desvios de recursos públicos no âmbito de 02 (dois) termos de colaboração firmados pela Prefeitura de Cruzeiro do Sul com a Fundação Cultural e de Comunicação Valença – FCCV, envolvendo o repasse de aproximadamente R$ 25 milhões. De acordo com a investigação, os desvios eram dissimulados por meio de notas fiscais fraudulentas emitidas por empresas indicadas por agentes políticos e integrantes do esquema criminoso, as quais figuravam como prestadoras de serviços, sem que houvesse uma contraprestação legítima. Nos últimos anos, em outros Estados da Federação, a FCCV recebeu cerca de R$ 90 milhões.


A operação JUMPER foi assim nomeada tendo em vista que a palavra, em inglês, significa saltador, o que remete ao modus operandi da organização criminosa investigada, que “salta” de município para município, estado para estado, na tentativa de cooptar agentes políticos e servidores à organização e, com isso, ampliar o montante de recursos públicos que poderá ser desviado, ocultado, dissimulado e movimentado em prol de seus membros.


Por sua vez, a operação SÚPLICA investiga se houve desvio nos quase R$ 4,5 milhões repassados pela União ao município de Cruzeiro do Sul/AC, em face dos danos causados à população cruzeirense pelas enchentes do Rio Juruá nos anos de 2017 e 2021. A investigação revelou que houve mais de 15 (quinze) contratações diretas com fornecedores escolhidos pelos gestores municipais, havendo fortes indícios de que cotações de preços que fundamentaram a escolha das empresas fornecedoras foram dolosamente fraudadas. Por conseguinte, efetivava-se o desvio e a apropriação de verbas federais, em detrimento da prestação de serviços para as pessoas atingidas pelas enchentes, causando grande prejuízo ao erário e social.


A operação SÚPLICA foi assim batizada em alusão à música “SÚPLICA CEARENSE”, de composição dos músicos Gordurinha e Nelinho em 1960, após um período de muita chuva no Nordeste. Tal música foi imortalizada na voz de Luiz Gonzaga, embora uma de suas versões mais famosas seja a gravada pelo grupo O RAPPA, que acrescentou um tom crítico quanto aos interesses políticos e desvios realizados com os repasses de verbas destinados a ajudar vítimas das enchentes e secas no Nordeste.


A Polícia Federal continuará a apuração, na tentativa de elucidar a real amplitude das supostas organizações criminosas, bem como identificar o grau de participação de cada um dos envolvidos.


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