Amanhã fazem 100 dias que a Prefeitura de Rio Branco está sob o comando de Tião Bocalom (PP). E eu não poderia fazer outro movimento senão vir a público reconhecer um erro e pedir perdão a todos os moradores da nossa cidade.
No segundo turno das eleições de 2020, votei em Bocalom e me arrependo amargamente de imprudente decisão. Passados 100 dias, a única avaliação que podemos fazer e admitir, é a de uma administração desastrosa para a população e totalmente sem rumo.
Logo nos primeiros dias de 2021, passamos por uma situação que exigia habilidade de quem administra, a cheia e transbordamento dos igarapés de Rio Branco. Enquanto a população perdia nas águas o que passou anos para construir, a gestão de Bocalom tratou a situação com descaso e desprezo.
A mesma postura se repete no enfrentamento à pandemia. Contrariando a ciência, a medicina e o bom senso, a Prefeitura de Tião Bocalom adotou protocolos políticos, que põem em risco à saúde das pessoas, como o uso da cloroquina, ivermectina e azitromicina – medicamentos comprovadamente sem efeito contra a Covid19 -, com os quais foram gastos mais de R$ 700 mil.
Ao mesmo tempo que incentiva práticas negadas pela ciência, a Prefeitura de Tião Bocalom se omite na conscientização do uso de máscaras, álcool em gel e não se ocupa em orientar a população a respeitar as medidas sanitárias para prevenção da Covid-19.
No que tange a vacina, ação mais eficaz contra o covid-19, os erros só aumentam. A Prefeitura tem pecado na estratégia logística de aplicação, fazendo com que muitas pessoas de grupos de risco permaneçam por horas em filas de drive thru, esperando sua vez. Isso quando tem vacina e quando eles estão dispostos a vacinar, claro! O órgão também se omite na investigação dos “fura-filas”, que se acomodam e se amparam na falta de transparência da gestão.
Enquanto a população sofre, a cidade sobrevive sem prefeito. Mal começou a gestão e o prefeito Tião Bocalom já se ausentou diversas vezes de Rio Branco, recebendo equivalente a seu salário em diárias, isso tudo em meio a uma pandemia, em que viagens devem ser substituídas por reuniões virtuais, otimizando recursos públicos.
Eu poderia parar por aqui, afinal, já apresentei argumentos de sobra para um profundo arrependimento. Entretanto, temos um fato que não pode ser esquecido pela sua crueldade e falta de humanidade: a decisão estapafúrdia de mandar a PM bater nos garis, que estavam protestando por seus salários atrasados.
Como defensor da classe trabalhadora, não poderia me calar, tão pouco ser conivente, diante de um absurdo desse. Não quero entrar no mérito da relação da empresa que contratou os trabalhadores com a prefeitura, o que sei é que nada justifica agredir trabalhadores, isso é abominável!
E apesar de ter consciência de que palavras não mudam o passado, pois carrego o peso de uma atitude equivocada nas costas, não seria omisso em não pedir perdão e reconhecer minha falha. Errei, sim, e com muita tristeza tenho aprendido com esse amargo erro.
Desculpa, Rio Branco!
E só mais um pedido, não distorçam meu arrependimento eleitoral ou achem que eu apoiaria a ex-prefeita Socorro Neri, se pudesse voltar ao tempo. Também não compactuo com quem mente descaradamente e ataca a honra alheia, como Socorro fez comigo no afã de denegrir a imagem do PT – partido que lhe deu um mandato.
Entre erros e convicções, sigo na certeza de que caminharei sempre ao lado dos trabalhadores e trabalhadoras e na esperança de que novos tempos se farão presentes em nossas vidas!
Por Cesário Campelo Braga