Uma reunião realizada nessa quinta-feira (18) entre o prefeito de Xapuri e vereadores do município resultou em uma carta encaminhada pela prefeitura ao governo do estado e à Assembleia Legislativa pedindo que a balsa que faz a travessia de veículos e pedestres entre os dois lados da cidade não seja fechada aos fins de semana, em razão do lockdown.
No primeiro fim de semana da medida governamental, a embarcação, que é mantida pelo Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária do Acre (Deracre), atendeu apenas aos veículos relacionados aos serviços considerados essenciais – as forças de segurança pública, atendimento de saúde e o Corpo de Bombeiros.
A carta, assinada pelo prefeito Ubiracy Vasconcelos, expõe a insatisfação e a reivindicação dos moradores do bairro Sibéria e de 42% da zona rural de Xapuri, compreendendo grande parte da Reserva Extrativista Chico Mendes no município, com a condição de isolamento a que ficarão expostos durantes os fins de semana em que durar a medida do governo do estado.
O músico Antônio Carlos, do grupo Babilônia, diz que não mora mais no bairro Sibéria, mas possui familiares vivendo na comunidade e diz que existe descaso das autoridades com a situação de isolamento que a população daquela região do município se encontra. Para ele, a única solução para o problema é a construção da ponte sobre o Rio Acre.
“Esse problema é muito antigo e representa um grande sofrimento para quem mora do outro lado do rio, que tem grandes dificuldades para ir e vir quando precisa. Agora, com a pandemia, a situação piorou ainda mais, principalmente nos fins de semana com essa medida relacionada à pandemia. As autoridades têm que entender que as pessoas não têm outra opção e precisam atravessar”, disse.
Desde o começo da pandemia, a travessia do Rio acre em Xapuri tem tido problemas referentes às normas de prevenção. Por diversas vezes, o Ministério Público interveio, chegando, em determinados momentos a pedir a paralisação do funcionamento da embarcação por conta da aglomeração que ocorrem e pela dificuldade de as pessoas respeitarem o distanciamento.
Enquanto o governo do estado não se manifesta sobre o pedido do município, a determinação de que a balsa atenda apenas aos carros das polícias, bombeiros e Samu prossegue. A única alternativa para se atravessar o rio no fim de semana são as catraias, onde também tem havido informação de superlotação e da resistência em se obedecer às normas de prevenção.
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