O senador Marcio Bittar deu um verdadeiro cavalo-de-pau nos seus posicionamentos ideológicos. A transformação foi da água para o vinagre.
Do militante formado nas escolas stalinistas da União Soviética, com mandatos parlamentares por partidos socialistas, que disputava com o ex-deputado comunista Sergio Taboada a paternidade da lei que estabelece a meia entrada para estudantes em shows, cinemas e outros eventos culturais, num estalar de dedos, Bittar se converteu ao liberalismo bolsonarista.
No púlpito bolsonarista, Bittar passou a amaldiçoar todas as intervenções sociais do Estado, embora dele não se tenha conhecimento nos últimos anos do exercício de qualquer atividade produtiva que encerre na geração de emprego e renda. Salvo a ocupação de cargos eletivos ou comissionados em governos de Lula a Eduardo Braga, no Amazonas.
No embalo de uma proposta de emenda à Constituição que visa prorrogar parte do auxílio emergencial com valor reduzido, o governo de Jair Bolsonaro incluiu dois “jabutis”, como chamam assuntos estranhos ao objeto principal de uma Medida Provisória: a desvinculação dos recursos mínimos que devem ser aplicados da Saúde e na Educação, os populares e universais SUS e Fundeb.
O senador acreano Márcio Bittar foi escalado pelo Planalto para se prestar ao papel de relatar e defender a matéria espúria.
Soa até desumano, no meio de uma pandemia que já matou 250 mil brasileiros e ainda não temos a noção de quando isso vai parar, enviar ao Congresso uma proposição que visa enfraquecer a única arma (boa ou ruim) que temos para não deixar pacientes morrerem à míngua. Nem os regimes comunistas mais duros ousaram tanto.
É muita crueldade e falta de empatia de quem parece estar numa bolha, incapaz de enxergar o desespero de um paciente a procura de ar.
Aliás, vale ressaltar que o Senado banca a assistência médica até de seus ex-senadores pelo resto da vida.
Sobre o Fundeb, é falta de conhecimento dizer que a educação brasileira não reagiu positivamente aos investimentos na educação básica nos últimos anos.
Os indicadores da educação brasileira são bem melhores depois que se tornou obrigatória da aplicação mínima de 25% dos recursos.
Só quem tenta negar tamanha conquista é quem não sabe como funcionava a educação antes de 1996, quando milhares de prefeituras não tinham sequer dinheiro para pagar ou aperfeiçoar seus professores.
Mudando de assunto: essa não é a única metamorfose radical do senador Márcio Bittar. Ele sempre considerou “um absurdo” o pagamento de auxílio-moradia ou o uso dos apartamentos funcionais destinados a parlamentares.
Em setembro de 2019, o Estadão fez um estudo e destacou Bittar como um dos 15 senadores que não recebiam auxílio-moradia e não utilizava o imóvel funcional.
Aliás, é de Bittar a ideia de vender os apartamentos funcionais para cortar custos.
Agora a história é outra: desde novembro de 2020, Marcio Bittar é um ilustre ocupante de um nababesco apartamento funcional do Senado Federal.
Foi mais um cavalo-de-pau do senador.
Luiz Calixto escreve todas às quartas-feiras no ac24horas.com
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