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Sindicato culpa a Polícia Federal por demissão em massa de 52 médicos no Juruá

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Em nota emitida nesta quinta-feira, 10, o Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed) diz que a Polícia Federal pode ser responsável por morte de pessoas e por um possível estado de caos na saúde do Vale do Juruá. A entidade culpa a PF pela demissão feito por 52 médicos do Hospital do Juruá em Cruzeiro do Sul e dos municípios de Mâncio Lima e Rodrigues Alves, por causa de uma investigação da Polícia Federal. Esclarece ainda que foi deliberada “a interrupção das atividades até que haja segurança jurídica para que os profissionais continuem exercendo a medicina”.


O Sindmed afirma que o motivo dos pedidos de demissão “é a pressão sofrida pelos profissionais que estão sendo punidos de forma antecipada, pela Polícia Federal por realizarem, por exemplo, plantões que superam as 36 horas de uma só vez por falta de trabalhadores que assumam os plantões, além da realização de sobreaviso para os casos que carecem de especialistas”.

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Entre os médicos investigados há vários especialistas como radiologista, otorrinolaringologista, cardiologista, gastroenterologista, ortopedista, cirurgião, oftalmologista, pediatra, intensivistas e psiquiatra.


A falta de profissionais, de acordo com o sindicato, força a classe a cumprir jornada de trabalho superior à exigida contratualmente. Quanto ao controle da frequência , segundo o sindicato, a incumbência deveria ser de responsabilidade do governo do Estado e da Associação Nossa Senhora da Saúde (Anssau), o que foge da competência dos médicos.


Para o sindicato, na acusação feita pelas autoridades policiais estaria o acúmulo de cargos, entre eles a atuação no Programa Mais Médicos do Brasil, “mas todos que tiveram as contas congeladas não atuam no programa federal, demonstrando que possivelmente haja uma confusão causada pela falta de prévio levantamento de informações, resultando em decisões que trouxeram prejuízos aos médicos e à população. Os investigadores ainda parecem desconhecer, também, a dinâmica do funcionamento do regime de sobreaviso, uma modalidade de atendimento que não é considerado uma forma de plantão, mas que coloca à disposição do atendimento ao público um especialista para atuar quando houver a necessidade”, afirma.


O Hospital do Juruá, por meio de contrato com o governo do Estado, é administrado pela Associação Nossa Senhora da Saúde, liderada por freiras , que não dão entrevista.


A diretoria de Comunicação da secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) explicou que nenhum médico com vínculo com a Sesacre pediu demissão e que nada foi repassado oficialmente para a Secretaria. Segundo a diretoria de Comunicação, é a Regional de Saúde do Juruá que deve falar sobre o assunto. A gerente da regional Katiana, não pôde falar com o ac24horas. Já a assessoria de comunicação da Polícia Federal informou que a instituição não vai se pronunciar.


O caso

No dia 2 de dezembro, a Polícia Federal deflagrou a Operação Choro de Hipócrates, cumprindo 14 mandados de busca e apreensão nas casas e consultórios de médicos de Cruzeiro do Sul e locais públicos e privados onde os médicos atuam.


Entre as irregularidades investigadas estariam o acúmulo de funções com carga horária incompatível e sem a prestação serviço, envolvendo recursos do programa Mais Medico.


Os salários e bens de vários médicos foram bloqueados. O então diretor do Hospital do Juruá, médico Marcos Lima, foi afastado do cargo e 52 médicos são investigados.


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