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Pecuaristas pressionam governo do estado por providências contra roubos a propriedades

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Os ataques criminosos contra propriedades rurais no Acre têm aumentado nos últimos anos e os crimes não têm ficado restritos ao roubo de gado. Equipamentos, máquinas agrícolas, veículos e materiais diversos de fazendas da região do Vale do Acre também estão sendo alvo do interesse de ladrões, que agem, geralmente, na calada da noite, com ou sem violência.


Em um dos últimos registros, em uma propriedade localizada na divisa entre os municípios de Plácido de Castro e Senador Guiomard (Quinari), na semana passada, os bandidos roubaram ferramentas de trabalho, como motosserras, lixadeiras e furadeiras, e ainda tentaram, sem sucesso, levar uma pá carregadeira e um caminhão, depois de amarrar um funcionário.


O dono da fazenda, que pediu para não ter seu nome mencionado, relatou que no dia da ocorrência, apesar dos chamados feitos para a Polícia Militar nos dois municípios, nenhuma viatura se dirigiu ao local. Ele afirmou que na manhã seguinte passou quatro horas em uma das delegacias registrando o boletim de ocorrência, onde verificou que o chamado pelo rádio fora ouvido.

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Por conta dos últimos fatos, um grupo de produtores está mobilizando uma reunião que será realizada nesta quinta-feira, 3, na Federação de Agricultura do Acre (FAEAC). O encontro foi confirmado pelo secretário de Produção e Agronegócio (SEPA), Edivan Maciel, e contará com a presença do secretário de Segurança Pública, Paulo César.


“Isso está muito preocupante e nos últimos meses tem se agravado, até pela valorização do produto gado/carne. Precisamos agir, então iremos ouvi-los e apresentar o que o governo do estado já tem em proposição e em construção. Reivindicação legítima e em consonância com as metas de segurança e do agronegócio do Acre”, afirmou o titular da SEPA.


Roubo no atacado e no varejo

A ação de uma provável quadrilha organizada no roubo de gado no Acre é investigada há tempos no estado já tendo ocorrido diversas prisões nos últimos anos relacionadas a esse tipo de crime. No município de Xapuri as ocorrências também têm sido cada vez mais comuns, com o registro de roubos em que várias cabeças de gado são embarcadas em caminhões, como ocorreu em maio passado.


Mas o crime também ocorre de maneira fracionada, com reses sendo mortas nos pastos e descarnadas no próprio local, como ocorreu também em Xapuri na madrugada desta quarta-feira, 2, em uma propriedade localizada na Estrada da Variante. Abatida, uma vaca teve a carne da parte traseira retirada pelos ladrões, sendo a carcaça abandonada no meio da via.


O ac24horas apurou que o proprietário do animal não registrou queixa na delegacia local. Ele teria dito a terceiros que não denunciaria o roubo em razão de o animal estar solto na estrada quando ocorreu o fato. Essa versão, no entanto, não foi confirmada pelo dono da vaca. Informado do episódio, o delegado Bruno Coelho afirmou que o caso será investigado.


Problema antigo

O roubo de gado no Acre não é um problema novo. Em 2013, o governo do estado chegou a anunciar a criação de uma delegacia especializada contra esse tipo de crime e uma força-tarefa para intensificar a fiscalização. A delegacia não saiu do papel, mas, nos últimos anos, a Polícia Civil fez várias operações que resultaram em prisões de pessoas envolvidas com o roubo de gado no estado.


Secretário de Produção e Agronegócio (SEPA), Edivan Maciel – Foto: Diego Gurgel/Secom

O Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Acre – FUNDEPEC – chegou a doar ao governo, na gestão passada, uma caminhonete 4×4 para que fosse utilizada no combate ao crime contra o patrimônio e na segurança rural. O atual governo do Acre tem demonstrado interesse de implantar a Patrulha Rural e delegacias especializadas, segundo informou, em outra ocasião, o secretário Edivan Maciel, que disse que Fundepec apoia essas iniciativas.


Outra ação em favor da defesa patrimonial e segurança no campo parte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que desde 2017 criou o Observatório da Criminalidade no Campo a fim de fazer um diagnóstico da realidade em todo o país e apresentar às autoridades da segurança pública sugestões de ações para combater este tipo de crime.


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