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Preço da carne deve continuar subindo por falta de boi gordo

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POR THAIS FARIAS E EDMILSON FERREIRA


A lei da oferta e demanda prevalece nesse momento no mercado do boi godo em todo o país e o Acre tem sentido as consequência desse fator. Frigoríficos anunciaram nessa semana que terão de repassar o aumento do produto às casas de carne e supermercados. Com isso, o preço da carne ao consumidor final deve ficar ainda mais elevado. Especialistas afirmam que valor está em alta nos bezerros e há escassez de boi gordo.

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No Acre, a questão de que centenas de bois estariam sendo para serem abatidos fora do Estado é apenas um fato a ser analisado, uma vez que o aumento do consumo e da exportação da carne bovina é quem de fato tem provocado esse fenômeno em todo o país.


De acordo com a consultoria Scot, a oferta restrita de boiadas no Acre trouxe alta forte, de R$3,00 por arroba, às cotações de todas as categorias na região. No Estado, o boi gordo ficou cotado em R$196,00/@ bruto, à vista, R$195,50/@ com desconto do Senar e R$193,00/@ descontado Funrural e Senar, alta no comparativo diário de 1,56%.


Para fêmeas, a oferta seguiu o mesmo ritmo, a vaca gorda e a novilha gorda estão cotadas em R$186,00/@, bruto e à vista, R$185,50/@ com desconto do Senar e R$183,00/@, descontados o Funrural e Senar, a alta , na comparação dia a dia, observada para ambas as categorias foi de 1,39%.


Situação delicada

O frigorífico Rios Ltda. em Tarauacá emitiu um comunicado no início desta semana reiterando que a escassez do boi continua em todo o Acre. “A @ do boi está aumentando praticamente todos os dias, portanto estamos realizando um novo ajuste de preço na carne”, disse. Agora, a empresa trabalha com a tabela de preço único no valor de R$ 13,70. Além do município, outras cidades do Acre também estão reajustando.


Procurado pelo ac24horas, o representante do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos e Matadouros do Estado do Acre (Sindicarnes) afirmou que em Rio Branco esse valor está em R$ 13,90 e o aumento no preço da carne deve atingir todos os cortes do boi.



“Hoje o maior problema é a falta de gado para abater, com isso o preço da carne sobe. O gado está subindo no Brasil inteiro. A arroba em São Paulo (que dita o preço no mercado) está em torno de 260 reais. Chega aqui no Acre, o produtor quer mais caro no boi, na vaca e o frigorifico tem que pagar mais caro, ou não consegue comprar”, salienta Nenê Junqueira.


Com isso, quando o frigorífico compra mais caro, ele naturalmente tem que repassar o aumento para quem vende: casa de carne, supermercado. “Tem vezes que o frigorífico paga mais caro e segura o aumento, senão não vende a carne. O frigorífico fica numa situação complicada”, diz Junqueira.


O Sindicarnes destaca que os frigoríficos locais não estão aumentando o preço porque quer, apenas acompanhando o restante do Brasil. “A situação difícil que as indústrias estão passando aqui é porque não tem matéria-prima, que é o gado, o boi, a vaca. Essa saída de gado há dois anos tem atrapalhado demais o setor de frigorífico. Aqui no Acre o preço está subindo acima do esperado porque não tem gado para comprar”.


Aumento do consumo e exportação

O presidente da Federação da Agricultura do Acre, Assuero Doca Veronez, confirma que o preço do boi gordo vem aumentando no Brasil todo. “Não é um fenômeno acreano”, diz ele. “Essa situação é nacional. O que está havendo é uma escassez de boi, devido a muitos abates de vacas anos atrás, que, consequentemente, nasceram menos bezerros. Está havendo falta de boi no Brasil todo”.


Outro ponto apresentado por Veronez para o aumento expressivo no valor final da carne ao consumidor, é o aumento do consumo, especialmente da exportação. “O consumo brasileiro não caiu durante a pandemia do coronavírus, pelo contrário, passaram a consumir mais. O que aumentou efetivamente foi a exportação”, afirma.



A China é o fator preponderante nessa situação, responsável pelo aumento exorbitante na exportação de carne brasileira e outros produtos. “A China teve problema de peste suína no rebanho de porcos, e essa é a carne mais consumida na China, que teve de abater quase a metade do seu rebanho. Então teve que importar carne, suína e bovina. O maior importador de carne brasileira hoje é a China”, explica o pecuarista.


O aumento da demanda foi, então, um fator determinante par que o boi gordo continue em alta e, consequentemente, menor oferta, maior preço o preço da carne, que aumenta em todo o Brasil. O Acre ainda tem a @ do boi mais barata do Brasil, estando hoje em torno dos 200 reais, enquanto que em São Paulo foi vendido boi nessa semana a 239 reais a arroba.


“O aumento aqui é proporcional ao aumento nacional. Não é a saída de bezerro. Essa história pode vir a refletir no futuro, mas essa não é a causa de aumento de carne”, conclui Assuero.

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As escalas de abates e o fim do mês se aproximando, com o esperado aumento de consumo, pode alterar as ofertas e o ritmo dos preços nos próximos dias. Em São Paulo –para efeito de comparação – a cotação do boi comum está em R$231,00/@, preço bruto e à vista, R$230,50/@ com desconto do Senar, e em R$227,50/@ com desconto do Funrural e Senar. Alta diária de R$1,00 ou 0,44%.


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