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Moradores da Resex Chico Mendes celebram 30 anos protestando contra projeto de Mara Rocha

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Uma campanha em defesa das reservas extrativistas no Brasil e contra o Projeto de Lei nº 6.024/19, de autoria da deputada federal Mara Rocha (PSDB/AC), que pretende reduzir a área da Reserva Extrativista Chico Mendes, no Acre, foi lançada por extrativistas e indígenas, nesta quarta-feira (11), em Brasília, na Câmara dos Deputados. Os manifestantes acusam o atual governo de querer acabar com as unidades de conservação em benefício de latifundiários e de garimpos nos territórios indígenas.


Nesta quinta-feira, 12, a Reserva Extrativista Chico Mendes está completando 30 anos de criação. Em razão da data, outro ato importante ocorre em Brasiléia, no Centro Cultural Sebastião Dantas, onde cerca de 400 moradores da Resex protestam contra a diminuição da área da UC em quase 8 mil hectares, além da retirada da proteção integral do Parque Nacional da Serra do Divisor, medidas propostas pelo PL da parlamentar acreana.

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Ronaira Barros, filha de uma das figuras mais simbólicas da história que deu origem à Resex CM, o primo de Chico Mendes, Raimundo Mendes de Barro, e liderança de um grupo de jovens denominados “Protagonistas das Resex”, diz que no aniversário de criação da unidade de conservação a melhor homenagem a ser prestada é continuar lutando pelos ideais de desenvolvimento sustentável e conservação da Amazônia.


“A luta continuará. Por nenhum palmo de terra a menos. Todos os companheiros estão super atentos a todas as falas e isso mostra que estão preocupados e se unindo cada vez mais em favor da importância que a Resex tem para nós. Aqui estão pessoas que fazem parte da história dessa luta desde o seu início até representantes da juventude, e a nossa mensagem é a de que não aceitamos em hipótese nenhuma que esse projeto seja aprovado”.



Além da derrubada do PL que reduz os limites da Resex e altera a classificação do Parque da Serra do Divisor, a audiência pública de Brasiléia discute a dificuldade em acessar a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), por meio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e o preço da produção extrativista, prejudicado pela falta de pagamento da subvenção estadual para a produção da borracha.


Ainda nesta quarta-feira, segundo a Agência Câmara de Notícias, a pedido do deputado federal Airton Faleiro (PT), a Câmara realizou uma sessão solene em homenagem aos 30 anos de criação da Reserva Chico Mendes, a partir de um decreto de 12 de março de 1990.


Em mensagem enviada ao Plenário, o presidente da Casa, Rodrigo Maia, disse que “o modelo das reservas extrativistas não surgiu pronto e acabado, mas brotou e se desenvolveu a partir dos esforços de muitos homens e mulheres das florestas, trabalhadores extrativistas que lutaram para que fosse reconhecido seu direito de viver na sua própria comunidade, por meio do uso não predatório da natureza”.


Rodrigo Maia destacou também a contribuição do movimento dos seringueiros de Xapuri, cuja liderança de Chico Mendes e seu assassinato, em 1988, foram decisivos para a formulação do modelo das reservas extrativistas.


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