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O Movimento Liberal avança. Alvíssaras!

Surgiu espontaneamente em 2015, no esteio da reação de brasileiros contra a corrupção e os governos de esquerda que se sucederam levando o país a uma crise ética e econômica grave, o Movimento Liberal do Acre, formado por pessoas que acreditam em princípios como a livre iniciativa, a propriedade privada, os direitos individuais, a igualdade entre as pessoas perante a Lei, a meritocracia, a redução do estado aos limites do necessário, enfim, uma série de posições ideológicas que confrontam as aspirações socialistas vigentes no Brasil há pelo menos 25 anos. 


Também no Acre, assim como em praticamente todas outras as unidades federativas do Brasil, esse pensamento liberal, que combina-se com um certo conservadorismo de costumes, encontrou através das mídias sociais oportunidade de expressão e propagação fortemente negadas pelas universidades e pela imprensa, ambas tomadas pela visão e militância de esquerda.


O Movimento Liberal do Acre, ainda não institucionalizado, pretende, sem se confundir ou aderir a qualquer sigla partidária ou personagem político, se constituir um interlocutor da sociedade junto ao Governo em todos os níveis e a outras instituições, no sentido de propor e debater as suas ações sob o ponto de vista do liberalismo.


Nas últimas eleições, sua opção foi clara. Identificou e apoiou a perspectiva de mudança para uma posição de prestígio à livre iniciativa e contenção do Estado em determinadas setores que sejam pertinentes e dependentes de sua atuação. Sendo assim, o Movimento Liberal se mantém acompanhando a sua performance, e se declara disposto a contribuir para que a tendência liberalizante seja aprimorada e fortalecida.


Nesta última quarta-feira, o Conselho Político do Governo Gladson Cameli recebeu o Movimento Liberal, tendo à frente um de seus fundadores, o defensor público Dr. Valdir Perazzo para, entre outros assuntos, deixar assentado que é crucial não tergiversar no caminho adotado e, ao contrário, é dever tomar atitudes que sejam claros marcadores ideológicos de um governo liberal, portanto, eficiente, meritocrático e propulsor da iniciativa privada, o que significa zelar pela sua própria natureza e desativar certas “minas” encontradas no caminho.


Como contribuição ao desenho de uma nova perspectiva política, o Movimento Liberal propõe a realização de um grande seminário de conteúdo liberal, com convidados de nível nacional amplamente reconhecidos, capazes de por sua expertise ajudar a suscitar e fortalecer na sociedade uma mentalidade diversa daquela em que tudo depende do Estado provedor, o que seria, por outro lado, um contraponto à saturação ideológica de esquerda gerada nas universidades e na administração pública.


Como exemplo da importância desses seminários e ciclos de debates, Valdir Perazzo toma a atuação do grande escritor e político peruano, ganhador do Nobel de literatura, Mário Vargas Llosa, que nas mesmas circunstâncias adotou essa estratégia no Peru, ou seja, disseminar nas mentes uma ideia vitoriosa baseada na liberdade.


Além disso, foi sugerida pelos representantes do Movimento ao Conselho Político, a formação de uma frente parlamentar em defesa da livre iniciativa e do agronegócio, visando fortalecer e dar representatividade política ao liberalismo, estabelecendo na Assembleia Legislativa um palco privilegiado de debates acerca dos princípios e das ações que o concretizam como fundamento.


Da minha parte, considero a formação do Movimento Liberal uma excelente iniciativa e espero que se consolide rapidamente, dando voz e protagonismo a um setor que, colocado pela esquerda hegemônica em um gueto à direita, sufocando-o nas universidades e escondendo-o da imprensa, encontra agora, pela liberdade da mídia eletrônica, meios de afloramento e disseminação.


De fato, aquilo que em alguns setores é tido como “onda liberal-conservadora”, simbolizada na eleição de Jair Bolsonaro, longe disso, é a emersão de ideias há muito presentes que se combinam para enfrentarem adversários comuns, sejam as velhas ou as atualizadas versões do socialismo.


Cabe, portanto, aos adeptos do liberalismo como teoria, conhecerem mais sobre tudo isso e disseminarem suas ideias. Trata-se de gerar estudos e debates, de diferenciar no tempo suas transformações, variações e interpretações e saber que, ao dar vez à liberdade de pensamento, o liberalismo segue demonstrando ser a melhor interpretação da natureza política, econômica e social do homem.


Muito fará o Movimento se conseguir se institucionalizar e oferecer aos jovens, principalmente, via palestras e conferências, cursos, ciclos de estudos etc., oportunidades de vislumbrar além do mofo socialista que se alastra sob o verniz pós-moderno. 


Em referência ao Estado do Acre e ao governo atual, muito fará o Movimento se, ao ser ouvido, puder elaborar e oferecer pautas legislativas e administrativas cuja execução ajude na desinterdição da livre iniciativa e no pleno respeito à propriedade privada, o que significará uma efetiva mudança de rumo.


Portanto, merece elogios a realização deste primeiro colóquio a convite do Conselho Político do Governo, à medida que sinaliza em um sentido claro – este é um governo que, em que pese as dificuldades a enfrentar, tem como norte a defesa da vida, da liberdade em todos os sentidos e da propriedade privada. Que seja.




 


 


Valterlucio Bessa Campelo escreve às sextas-feiras no ac24horas.