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Quem mora na taba é que conhece os índios

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No último sábado, participei em Brasília da preparação dos núcleos socioambientais do MDB. Juntamos lá representantes de quase todos os Estados e a grata surpresa foi perceber que, num partido e num país com tantas diferenças regionais, havia a preocupação comum de levar aos nossos gestores, parlamentares e candidatos propostas que efetivamente sejam produtivas em suas atuações.


O partido administra diretamente mais de mil cidades e participa da administração de outras tantas. A maioria delas tem problemas graves de infraestrutura e orçamentos escassos. Totalmente dependentes de repasses federais, os pequenos municípios são deficientes em profissionais que apóiem na viabilização de suas demandas.

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Do outro lado, o Congresso tem na pauta uma série de projetos que interferem diretamente na dinâmica das cidades. Já nesta semana a Câmara trata sobre o Marco Legal do Saneamento, por exemplo, que implica em impactos sobre todas as administrações municipais.


Há uma pauta mundial, liderada pela ONU, para o desenvolvimento de forma sustentável, com objetivos a serem alcançados até o ano de 2030*. Há também o Acordo de Paris (COP21), o Painel de Mudanças Climáticas (IPCC), a Conferência do Clima (COP25), que acontece esta semana em Madri, na Espanha, e tantos outros movimentos para resolver os problemas do mundo e que precisam ser traduzidos em ações concretas de qualidade de vida para as pessoas que vivem nas pequenas cidades, no campo, na floresta, ao longo de nossos rios.


A proximidade do MDB com a população exige do partido que olhe para os temas sociais e ambientais a partir dos problemas concretos.


A enorme irregularidade fundiária sabota os investimentos do produtor rural em ações ambientalmente corretas. Nas cidades, a população sofre com as mazelas da mobilidade e do saneamento precários e perde recursos valiosos com o desperdício na Construção Civil e pela falta de mecanismos de reaproveitamento de resíduos.


A presença de populações tradicionais, com necessidades e costumes próprios, como os indígenas, ribeirinhos, seringueiros, quilombolas, ou os movimentos migratórios ocasionais, como a formação de garimpos, refúgio de estrangeiros; a mitigação de desastres ambientais, como o ocorrido recentemente com as barragens de rejeitos, em Minas, ou o despejo de petróleo nas praias do Nordeste; ou ainda a fumaça das queimadas nas cidades da Amazônia e das indústrias e veículos nas grandes regiões metropolitanas são situações para as quais não basta haver normas e legislação rigorosa.


É para esses e tantos outros temas que o MDB está desafiando sua base e seus melhores quadros técnicos. Dizem os especialistas em planejamento que “de dentro da clareira não se consegue ver a extensão da floresta”. Pois a hora é de olharmos também para as nossas clareiras. Ouvi certa vez de um filósofo acreano a frase título deste artigo, que tomo quase como um dogma. Enquanto o planejamento acontece no atacado, nas academias e nas cúpulas política mundial, a solução dos nossos problemas continua a ser no varejo, no dia a dia, e sempre com um olho na Orbe e o outro na Urbe.


Plataforma agenda 2030 – http://www.agenda2030.org.br/ods/13/




 


Roberto Feres escreve às terças-feiras no ac24horas.

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