O sucateamento da Radio Difusora Acreana foi a principal pauta da contenda entre governo e oposição na Assembleia Legislativa do Acre nesta quinta-feira, 7. O deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) subiu a tribuna para cobrar providência do governo do Estado quanto as demissões que vem ocorrendo na emissora oficial. Segundo o parlamentar, “o governo está fazendo uma maldade com esses servidores que trabalham no sistema a mais de 20 anos. A difusora é responsável por levar as informações a todos os cantos do Acre, nos lugares mais longínquos, nos seringais, nos ribeirinhos.”
O parlamentar comunista lembrou que os governos da Frente Popular sempre deram um jeito para pagar os servidores da Difusora. “ Passamos por um grupo de trabalho, depois por empresas terceirizadas, depois por agências que prestavam serviços a comunicação. Pessoas que têm 10, 20, 30 anos de serviços ao Acre. Profissionais premiados que estão sendo dispensados porque não tem um carguinho pequeno para nomear”, explicou Edvaldo sugerindo que o governo envie uma Lei a Casa para ser aprovada em regime de urgência para resolver o problema dos trabalhadores da Rádio.
“O Gladson amolou a faca de forma exagerada e não viu a realidade da administração pública. Não avaliaram as consequências. Tem servidor lá que não é petista, que nunca balançou uma bandeira. Essas pessoas merecem respeito”, disse.
Ao responder as críticas de Magalhães, o líder do governo, deputado Gerlen Diniz (Progressistas) disse que concorda com relação a qualidade os profissionais da Difusora, mas lembrou que as demissões ocorrem devido a falta de dinheiro. “São profissionais de excelência que infelizmente não vão poder exercer as atividades por falta de recursos, mas ressalto que a culpa não é do nosso governo, mas sim os do PT, que durante 20 anos nunca resolveram a situação dessas pessoas”, rebateu.
Gerlen lembrou que em 20 anos os governos do PT foram incapazes de fazer um Plano de Cargos e Carreiras de Remuneração dos servidores que estão sendo demitidos. Porém, em um aparte, Edvaldo reconheceu a fala de Gerlen, mas disse que os governos da FPA nunca deixaram essas pessoas na mão. Durante o aparte, Edvaldo e Gerlen trocaram farpas sobre o tempo para pronunciamento e deixou o debate mais tenso.
Edvaldo disse ainda que o salário da nomeação do assessor Julio César de Farias, o Rouxinho, militante próximo ao governador Gladson Cameli, para o cargo de Chefe Departamento da Funtac, poderia salvar a situação da Difusora. “O salário de dois Rouxinhos resolveria o problema da Difusora. Isso é fato”.
Em resposta, Gerlen disse que o não pagamento das pensões de ex-governador, “como a de Jorge Viana, também resolveria a questão”.
Tentando colocar os pingos nos is, o deputado Daniel Zen reconheceu as colocações dos dois parlamentares, mas lembrou que de fato, a FPA nunca deixou essas pessoas nessa situação vexatória e enfatizou: “Que mesmo que o governo passado tivesse feito concurso, muito dessas pessoas não teriam condições de disputar vagas num concurso público com pessoas mais jovens e com nível de estudo elevado. Não podemos nos desfazer dessas pessoas”.