O Acre seguiu a tendência de resultados ruins na geração de empregos em 2018 na maioria dos estados, registrada pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do extinto Ministério do Trabalho. Segundo os dados oficiais, o estado fechou o ano passado com um saldo negativo de 1,23% na oferta de vagas no mercado.
Em dezembro, esse resultado foi de -0,91%. O desempenho negativo chama a atenção por o último mês do ano por conta do aquecimento da economia proporcionado pelo consumo em alta.
Com a incerteza do pagamento do 13º salário dos servidores públicos – a principal força da economia local – muitas pessoas preferiram a cautela na hora de gastar o dinheiro nas compras dos presentes para as festas de fim de ano.
Se considerada a série histórica do Caged, pode-se concluir que o não pagamento do salário adicional pelo governo Sebastião Viana (PT) seja o grande culpado pelo desempenho ruim na geração de empregos. Desde 2004, quando se iniciou a aferição, o Acre teve todos os meses de dezembro com resultados para baixo.
Tanto assim, o comércio foi o único setor a fechar dezembro no azul quanto à contratação de mão-de-obra – o saldo positivo entre demissões e contratações foi de 0,69%. O segmento de serviços, que também reflete o humor do consumidor em gastar seu dinheiro, registrou mais desligamentos do que admissões: -1,24%.
Os setores com os piores desempenhos, entretanto, foram os da construção civil e da indústria, refletindo o momento de quase letargia da economia acreana. As construtoras tiveram um resultado vermelho na abertura de vagas de -4,58% em dezembro; no acumulado do ano foi -5,56%.
Já a indústria ficou em -3,54% no último mês do ano, fechando 2018 com -1,28%.