Quem não acompanhou o que aconteceu nos bastidores da eleição de ontem para a presidência do Conselho e para a Superintendência do SEBRAE, não emita opiniões emocionais de que não foi uma derrota política do futuro governador Gladson Cameli. Sem puxa-saquismo, pois! Não interessa quem traiu ou deixou de trair e quebrou o compromisso de votar nos candidatos do governador eleito. Interessa é que os candidatos Marcos Lameira, eleito Superintendente, e José Adriano à presidência do Conselho, eram os candidatos apoiados pelo atual governador e pelo seu irmão, o senador Jorge Viana (PT). Não adianta também querer minimizar que não foi uma vitória do petismo. Gladson (foto) se empenhou pessoalmente pedindo votos para seu candidato Marivaldo Melo. Foi uma vitória de um finado. O PT saiu da catacumba e venceu a eleição num órgão federal mais do que importante, com diversos programas sociais. E que pode sim ser usado politicamente. Ou seja, passa a partir de agora a ter uma trincheira política. A comemoração, a coluna tem informação, foi grande no gabinete do governador, que deu uma suspirada depois da fragorosa derrota que o PT sofreu nas urnas sobre o seu comando. O que dá para se deduzir deste episódio é de que o PT saiu da eleição estadual arquejando, foi enterrado vivo, mas não estava morto e saiu da catacumba. A comemoração com fogos entrou pela noite. E ponto. Esta foi a realidade da eleição do SEBRAE. Não adianta querer dourar a pílula, por ser exatamente o que ocorreu.
FALOU PESSOALMENTE
Quem pegar entrevistas que fiz com o governador eleito Gladson Cameli vai ler suas declarações de que se empenharia pessoalmente para seus candidatos vencerem a eleição do SABRAE. Não sei como está se sentindo, se encontra no exterior, mas não deve estar contente.
QUAL A DEDUÇÃO?
O episódio mostra que o governador eleito Gladson Cameli precisa urgente de um coordenador político com liberdade de ação e que se reporte diretamente a ele. O Chefe do Gabinete Civil, Ribamar Trindade, é competente, mas está assoberbado com duas missões, que requerem exclusividade: conduzir todo o aparato institucional e fazer a articulação política.
LADO POLÍTICO É IMPORTANTE
Concordo com o eixo decidido pelo governador eleito Gladson Cameli de que tem que montar uma equipe do primeiro escalão com técnicos competentes. Mas não pode se descuidar do lado político. Eleição se ganha pela simpatia, confiança, mas não se governo sem os políticos.
INDICAÇÃO ELOGIADA
Caiu bem no meio jurídico a indicação do Procurador João Paulo Setti para chefiar a Procuradoria Geral do Estado, no próximo governo. A PGE é importante no suporte jurídico a um governo. Foi uma das escolhas pessoais do governador eleito Gladson Cameli.
NÃO ME LEMBRO
Ontem, fui parado várias vezes por amigos, conhecidos, sempre com uma abordagem política. E todos alarmados com o fim desastroso do atual governo estadual. O governador está entrando para a triste galeria dos mandatários acreanos que pior saíram do mandato.
CANSEI DE COMENTAR
Quem acompanha a coluna lembrará que várias vezes, eu comentei que, a arrogância nunca foi uma boa companhia política. Que quebrar pontes de aliados sempre tem um troco no caminhar político. O governador fez pouco caso, achava que a eleição estava ganha, e não mudou o seu comportamento belicoso, bem distante daquela sua aura conciliadora do primeiro mandato. Não combinou com o eleitor e está saindo com um desgaste monumental.
FICOU CEGO
Com tantos assessores só lhe e dizendo amém e sim senhor, o governador ficou cego e não se preparou para perder. Só veio cair na real que seria derrotado na última semana da eleição.
SEM FONTES
Como foi uma abordagem descontraída, não foi uma entrevista, ou declaração para matéria, conto apenas o milagre, mas não dou o nome do santo. Um cardeal do PT me ligou ontem ao entardecer para fazer um comentário: “Luis Carlos, não lhe disse na ALEAC que o PT não estava morto?” Registro o comentário. Concordo. A eleição do SEBRAE foi uma prova.
TEMPO AO TEMPO
Pode até se fazer alguma ilação sobre os nomes anunciados como secretários até aqui pelo futuro governador Gladson Cameli, mas seria irresponsável se prever que esta ou aquela figura vai fracassar. E por um motivo pragmático: ainda nem assumiram. Não se comenta o que não aconteceu. Mesmo porque bola de cristal é para os místicos e não para a realidade.
ESPERA-SE QUE MANTENHA A PROMESSA
O governador atual fez declarações no início do mandato que cobraria produtividade do seu secretariado e que nos 100 dias quem não decolasse seria demitido. A maioria não decolou e não demitiu ninguém. O Gladson Cameli fez a mesma promessa. Espera-se que cumpra.
CULTO SUSPENSO
O deputado e Pastor Jairo Carvalho (PSD) já tinha programado um culto de ação de graças para agradecer e comemorar sua escolha para ser secretário de Agricultura. Só veio saber que não seria nomeado pela imprensa. Sofreu duas derrotas: não se reelegeu e não será secretário.
NÃO VAI BRIGAR
Pelo que tenho escutado, a posição do senador Sérgio Petecão (PSD) não será de fazer oposição ao governo eleito, por ter sido colocado de escanteio na nomeação do secretário de Agricultura, mas de ficar distante do governo e apenas assistindo passivamente seu desfecho.
POSIÇÃO NEGADA
Nelson Moreira, marido da deputada Leila Galvão (PT), nega versão de que, ela teria sido a favor da coligação PT-PCdoB para disputar vagas na Assembléia Legislativa. “Em todas as reuniões do PT, a Leila sempre foi contra e voto vencido”, esclareceu ontem á coluna.
NOVAS ALIANÇAS
Começa a tomar forma em conversas preliminares a formação de algumas alianças para a disputa da prefeitura de Rio Branco em 2020, que não passam por uma parceria com o PT, mas uma espécie de terceira via. Poderá se ter algumas surpresas, caso isso vier a se configurar.
CAIXA ZERADO
O novo governador vai pegar o caixa do Estado zerado. Terá que cortar muitos gastos, evitar pagamentos nos três primeiros meses, para aumentar a receita. Pagar dívidas do governo que está saindo no próximo dia 31 de deste mês, nem pensar. É o que falam os seus assessores.
FOI A TÔNICA
Mesmo na transição de um governo do PT para outro do mesmo partido, o breque nos pagamentos aconteceu nos três primeiros meses, quando também dívidas foram evitadas.
PROBLEMA SÉRIO
A futura assessora de Imprensa do governo que entra em janeiro, Silvânia Pinheiro, terá de cara um problema: a ASSECOM não tem jornalistas do quadro. Terá que compor este quadro. E buscar montar a equipe com profissionais de imprensa que estavam fora do mercado petista.
VITÓRIA DA MARA ROCHA
Não adianta se colocar panos quentes, porque nesta questão da indicação do secretário de Agricultura, foi uma vitória da deputada federal Mara Rocha (PSDB) sobre o senador Sérgio Petecão (PSD). Foi uma inversão de peso político: Petecão teve mais votos que todo PSDB.
NADA DEFINIDO
Até o fechamento da coluna o vice-governador eleito Major Rocha não tinha definido o nome que apresentará para ser o próximo secretário de Segurança. Mas pode ser nesta semana.
PEDRA CANTADA
Nesta semana fiz dois comentários na coluna de que o PRB poderia compor a base do futuro governo na Assembléia Legislativa. Só veio a se confirmar com a notícia que foi sacramentada.
POSIÇÃO ABERTA
Até ontem no final da tarde estavam pipocando fogos pelas vitórias de José Adriano, candidato derrotado a deputado federal pela FPA e um dos maiores defensores do atual governador, e da candidatura Marcus Alexandre ao governo (PT), na eleição do SEBRAE.
NÃO VENHAM FALAR BESTEIRA
E quem não conhece como se deu a disputa nos bastidores no momento que antecedeu a eleição do petista de carteirinha, José Adriano, para a Superintendência do SABRAE, não emita opinião emocional. Houver sim o envolvimento do futuro governo para derrotar o Adriano
PROPOSTA RECUSADA
O Chefe do Gabinete Civil, Ribamar Trindade, voltou ontem a tentar contornar o impasse que envolve o senador Sérgio Petecão (PSD), que teve rejeitada a indicação que fez á secretaria de Agricultura, oferecendo cargos sem expressão política em contrapartida. Tentativa fracassada.
POSIÇÃO OFICIAL
O que a coluna apurou ontem junto a assessores próximos do senador Sérgio Petecão (PSD) foi que, nenhum dos cargos oferecidos como cala-boca serão aceitos. O PSD deve se posicionar, oficialmente, no retorno do Petecão, no dia 19, dos EUA, para se manifestar em nota.
SEM ESTARDALHAÇO
A posição que deve prevalecer na reunião da executiva regional do PSD, dia 19, será a de não aceitar nenhum dos cargos sem expressão política oferecidos ao partido. Mostra como consenso entre membros da executiva regional do PSD de que, o partido não deve aceitar nenhum dos cargos que foram oferecidos para compensar não indicar o secretário de Agricultura. Não significa que o partido irá para oposição ao próximo governo, o que nem faria sentido, mas só de não ter participação alguma nas indicações. A mesma posição assumida pelo senador eleito Márcio Bittar (PMDB), que optou por não apontar nomes para secretarias.