Por tudo o que se está vendo do final melancólico do atual governo petista é uma lição para ser tirada pelo governador eleito Gladson Cameli de como não se deve administrar um Estado. Os desafios do Cameli (foto) não serão poucos, a começar por pegar uma máquina estatal quebrada economicamente, vítima de um projeto econômico que não deu certo e do aparelhamento político em todos os seus órgãos. O primeiro teste do novo governador será resistir aos pedidos de espaço de dirigentes partidários para dar cargos aos seus afilhados políticos. Se resistir a esta pressão que virá como avalanche terá dado um passo no sentido de fazer um governo em que só tenha lugar para quem for competente. Se entupir o governo de amigos estará trilhando o mesmo caminho da velha política. Tem que diminuir o tamanho do paquiderme estatal, não há outro rumo para ter condições financeiras de fazer investimentos. A questão não foi ganhar a eleição. A questão é ganhar e ser um bom gestor. O Gladson Cameli não espere chegar ao governo e pegar no menu um mamão com mel. Pegará carne de pescoço. E a partir do momento em que mostrar á população como recebeu o governo, terá que pegar o abacaxi e passar a descascá-lo. Quem casa com a viúva cria os filhos, diz o ditado. Dois pontos, ele terá de atacar de imediato com medidas de choque: o capenga sistema de saúde e na segurança a violência que assusta os moradores da capital e municípios do interior. Não tem a vara de condão para operar milagres a um curto prazo, mas prometeu solução na campanha e em cima de tudo o que prometeu será cobrado. A quem entra tem sempre o crédito de confiança dos 100 dias. Depois disso será cobrado. Estarei os cobradores, por certo.
SOBRE O ENEM
Qual é a relevância intelectual ou para o futuro profissional de um aluno saber qual é a “linguagem secreta dois gays”, questão que caiu na última prova do ENEM? Nenhuma!
OUÇA OS ANTIGOS
A Rádio Difusora Acreana está sucateada. É um patrimônio das comunicações, no Acre, merece ser revitalizado. Não sei quem será o novo Diretor. Mas vai a sugestão: ouçam os radialistas antigos. Ninguém melhor do que eles conhecem a casa e por certo terão boas sugestões.
FALANDO EM RÁDIO
Quando se comemora o “Dia do Radialista” não pode se esquecer de nomes como Natal de Brito, Nivaldo Paiva, Mota de Oliveira, Estevão Bimbi, José Lopes, Zezinho Melo, Raimundo Fernandes, Rei do Brega, Cícero Moreira, compadre Lico, Nilda Dantas, coronel Chicão, Ilson Nascimento, João Nascimento, M. Costa, Eurico, entre outros. Fizeram a bela história da Rádio Difusora Acreana.
VOTOS DE SAÚDE
Meus votos de restabelecimento ao amigo Maurício Hohenberger. Fé sempre!
NUNCA TINHA VISTO
Mais de 40 anos de jornalismo e aprendendo. Acompanhei como jornalista do governo Wanderley Dantas até o atual, mas nenhum governador do período saiu tão desgastado entre os seus aliados e ocupantes de cargos de confiança, como está saindo o nosso governador.
O MAIS DESGASTADO
O Orleir e o Romildo Magalhães saíram desgastados por atrasar os últimos meses dos salários dos servidores. Mas o atual governador vive um drama mais doloroso, mesmo não atrasando um dia os salários dos funcionários: está saindo queimado com os ocupantes de cargos comissionados, com um governo mal avaliado e uma fragorosa derrota política na conta.
OS DEMITIDOS NÃO ENTENDEM
Os mais de 400 ocupantes de cargos de confiança que foram demitidos nos últimos dias não vão entender jamais que ou o governador demitia, cortava gratificações, ou não pagaria a folha de dezembro e o 13º salário. Eles tinham nas suas contabilidades ficarem até dezembro.
UM EXEMPLO
Fui ontem a uma repartição falar com um amigo e na entrada fui parado por três senhoras se queixando com palavras nada amenas endereçadas ao governador pelo corte de gratificações que recebiam há anos, e todas elogiando o Binho e o Jorge Viana. Pode ser dada a explicação que for dada a este pessoal que não vai acatar nem compreender o momento econômico.
MÁQUINA INCHADA
Este momento econômico cruel e de baixa popularidade do governo atual pelas demissões antecipadas de comissionados, serviu por outro lado como exemplo ao governador eleito Gladson Cameli de que, não vai resolver os problemas do Acre inchando a máquina estatal.
SOUBE PELA IRMÃ
Quem deverá estar hoje com sua demissão no Diário Oficial é o ex-líder do governo na Assembléia Legislativa e atual subsecretário de Comunicação, Astério Moreira. Soube ontem pela manhã pela secretária de Turismo e irmã, Raquel Moreira, da sua demissão hoje.
O QUE CUSTAVA?
Eu entendo a encruzilhada econômica difícil na qual se encontra o governo do Acre. Entendo que não resta alternativa de se não cortar cargos atrasa os salários dos servidores do quadro. Mas por qual razão não chamar o Astério Moreira e o comunicar. Seria mais leal e elegante. Assim agem os amigos. Ou não?
CAPITANIAS POLÍTICAS
Um deputado da FPA fez ontem uma observação com a qual concordo. A de que o governador cometeu um erro primário de gestão e de política ao incentivar secretários serem candidatos. “Os secretários vendiam nas obras apenas seus nomes e esqueciam o nome do governador”, observou.
OUTRO LADO DA MOEDA
Vou acrescentar outro lado a esta moeda: esta estratégia causou descontentamento na base parlamentar do governo na ALEAC, fiel em todas as votações, mas que em represália à falta de reconhecimento, na campanha seus deputados pediam votos apenas para suas reeleições.
FINAL DEPRIMENTE
No último mês de campanha era comum deputado da FPA e candidatos sem mandato me mostrarem santinhos que tinham apenas seus nomes e sem as candidaturas majoritárias. Registrei este tipo de comportamento várias vezes na coluna. Sobrou para os majoritários.
UMA LADAINHA LADEIRA ABAIXO
Nos últimos trinta dias da campanha virou uma debandada ladeira abaixo de candidatos que abandonaram as candidaturas do Marcus Alexandre (PT) ao governo e o senador Jorge Viana (PT) ao Senado. Cansei de ouvir: “vão pedir votos para os secretários que são candidatos”.
CORTE NA VERBA DA MÍDIA
Haverá um corte de 50% no valor da verba destinada à mídia a partir de janeiro. Foi o que me contou ontem desolado um dono de órgão de comunicação. Fez as contas e acha que o pagamento mensal no próximo governo será inferior aos que estão recebendo no atual.
OUTRO CORTE LINEAR
Outra informação a que a coluna teve acesso é que na reforma administrativa programada para o futuro governo enviar à Assembléia Legislativa logo após a sua posse, haverá uma redução pela metade dos cargos comissionados, fusões de secretarias e fim de estatais.
PODE IR SE ACOSTUMANDO
A legião que se encontra esperando receber um cargo de confiança por conta de bonificação da campanha pode ir diminuindo as expectativas porque não haverá espaço para todo mundo.
MOSTRANDO RESULTADOS
O trabalho da PM e Polícia Civil no combate à criminalidade tem tido resultados positivos, é o que mostram as prisões de quadrilhas, apreensão de armas e recuperação de carros roubados.
NÃO PODE SIMPLESMENTE FAZER UMA RUPTURA
Os que comandarão no próximo governo o sistema de segurança pública não podem fazer uma ruptura com as ações que estão sendo postas em campo, mas aproveitar as práticas que deram certo, aperfeiçoar e descartar o que se mostrou ineficaz no embate com os bandidos.
PRIORIDADE PARA VALER
O que a população espera do próximo governador é que a segurança pública não seja apenas prioridade na campanha eleitoral, mas que sejam dadas reais condições para os policiais civis e militares fazerem um combate mais eficaz contra a bandidagem, porque as cobranças virão.
DANIEL ZEN FICA
Não há hipótese do deputado Daniel Zen (PT) perder o seu mandato ainda que os votos do ex-candidato a deputado estadual Nil Figueiredo (PT), preso por suposta corrupção eleitoral, venha a ter a sua votação anulada em caso de condenação. Descartada, pois, a degola do Zen.
BOM PARA A DEMOCRACIA
A permanência do deputado Daniel Zen (PT), no próximo ano como oposição ao então governador Gladson Cameli é boa para a democracia e a certeza que teremos embates inteligentes no plenário da ALEAC. Zen é uma das gratas surpresas desta legislatura.
NÃO É
O que como jornalista eu espero para 2019, na Assembléia Legislativa, é que haja uma oposição ativa porque isso é bom para quem governa. Um governante não pode ficar adstrito aos que lhe batem palmas e desejam saúde ao mais leve bocejo. Imprensa é fiscalização.
PERÍODO MUITO RUIM
Os últimos vinte anos foram péssimos para a imprensa acreana, porque a maioria dos seus órgãos funcionou como um puxadinho do governo na área de comunicação. Não pode se repetir. Na parte que me toca na coluna, este não será um espaço atrelado ao próximo governo, como não foi ao atual.
CORPO MOLE
O que se nota na Assembléia Legislativa é um corpo mole da maioria dos deputados. Poucos comparecem e quando comparecem e se trata de votar projetos de interesse do governador somem do plenário. Principalmente, projetos que tragam conseqüências ao futuro governo.
PODEM ANOTAR
Na próxima legislatura a oposição vai caber num fusca. Podem anotar: apenas os deputados Daniel Zen (PT), Jonas Lima (PT), Edvaldo Magalhães (PT) e Jenilson Lopes (PCdoB) estarão na bancada da oposição. Falo de oposição na plenitude, não na base da meia boca e do muro.
TRAÍDOS PELA EMOÇÃO
Tenho colegas da imprensa que trabalham no sistema de comunicação do governo que são excelentes profissionais. Alguns foram traídos pela emoção e se transformaram em militantes políticos para serem agradáveis ao poder. Só que o poder não é eterno. Esqueceram o detalhe.
FALANDO EM IMPRENSA
Tenho também muitos colegas que na campanha se transformaram de jornalistas em cabos-eleitorais do candidato vencedor. Diria a estes que não esperem pegar cargos relevantes no próximo governo, pois, pelo que fui informado a ASSECOM será um departamento enxuto e ligado ao Gabinete Civil.
MARASMO DE FIM DE MANDATO.
A Assembléia Legislativa vive um marasmo de fim de mandato. Poucos deputados no plenário e o restante sem a mínima vontade de dar quorum para votar projetos enviados pelo governo. Não sei pelo andar da carruagem se o governador conseguirá aprovar a sua prestação de contas. Há um sentimento grande de descontentamento com ele por parte dos deputados da FPA que perderam a eleição. São os suspiros finais de uma base governista esfacelada na última disputa. E o prenúncio do fim da FPA, uma aliança de partidos que depois de 20 anos perde o poder. Mas nada de novo, na política a renovação é inevitável. O povo coloca e o povo tira. A festa acabou. Fim da farra. E que venham os novos protagonistas.