A 3ª Vara de Família da Comarca de Rio Branco está realizando trabalho de orientação com partes envolvidas em ações judiciais na unidade, por meio do Grupo de Orientação Familiar. O projeto visa esclarecer questões sobre os processos, minimizar entraves à adaptação filial em função do novo arranjo familiar, conscientizando mães e pais quanto à responsabilidade com os filhos.
Os encontros não são audiências de instrução ou conciliação, e acontecem paralelos ao trâmite do processo judicial. A juíza de Direito Maha Manasfi, titular da unidade judiciária, iniciou o trabalho de acolhida e conscientização dos ex-casais no dia 20 de setembro deste ano, com um grupo de 12 pessoas, que participaram durante dois meses de reuniões mediadas pela psicóloga Maria do Carmo, servidora do Poder Judiciário Acreano.
E, nesta quarta-feira (31), iniciou um novo grupo de ex-casais, no Fórum Barão do Rio Branco. As pessoas chamadas para integrar o Grupo de Orientação Familiar são selecionadas em razão do grau de litigiosidade nos processos que estão envolvidos. Ao começar o encontro, Maria do Carmo comentou sobre a preocupação da Justiça com conflitos familiares e suas resoluções.
“Cada um tem um motivo para estar aqui. Cada um tem uma história, e nós sabemos que quando o processo chega às varas de família, já houve todo um percurso que antecedeu o pedido para Justiça ajudar a conduzir a situação. E, nós da Justiça, sabemos que estamos lidando com questões delicadas, daí o cuidado para tocarmos esse processo com um pouco mais de aproximação”, explicou a servidora.
Colocar-se no lugar do outro
O grupo inicia com uma reunião geral, na qual são passadas orientações sobre trâmite judicial, conceitos de família, leis, tipos de guardas, alimentos e outros assuntos pertencentes às questões familiares, atendidas pela Justiça. Após, são feitas reuniões com três participantes, onde as partes são incentivadas a se colocarem no lugar do outro, se abrirem, redimensionando seus conflitos.
Além disso, os encontros são organizados valorizando as experiências e vivencias, para estimular as partes a compartilharem suas histórias (que são mantidas em sigilo) e a refletirem sobre todos os envolvidos no litígio, para construção de uma convivência melhor depois da emissão da sentença. “No grupo buscamos tirar o foco do conflito e refletir para que a criança fique bem, com os pais minimamente bem”, disse Maria do Carmo.