A divulgação da pesquisa Ibope/Rede Globo nesta quarta-feira, 22, mostrando o empate técnico entre os candidatos ao Palácio Rio Branco Marcus Alexandre (PT) e Gladson Cameli (PP) teve como consequência imediata uma enxurrada de críticas e análises nas redes sociais.
O maior descontentamento, óbvio, ocorreu do lado da militância do senador progressista. Até então, o grupo estava em clima de já ganhou ante os números de institutos locais que apontavam uma considerável vantagem de Cameli sobre Marcus.
Nos últimos anos, o Ibope é motivo de descrença na política acreana. A não captação da realidade eleitoral é uma de suas principais falhas. O histórico do instituto é de sempre apresentar ampla vantagem para os candidatos governistas, e, quando abertas as urnas, o resultado é bem diferente.
O exemplo mais claro disso foi em 2010, na primeira campanha de Sebastião Viana (PT) ao governo. Dias antes do primeiro turno, o Ibope apresentou grande vantagem do petista sobre seu adversário, o então tucano Tião Bocalom. Iniciada a apuração, o ex-prefeito de Acrelândia ficou por alguns minutos à frente de Sebastião, com o petista virando e saindo vitorioso com menos de 5.00 votos de diferença.
Desde então o Ibope passou a ser motivo de chacotas. “Alguém aí confia no Ibope?” era uma das perguntas mais frequentes vistas nas redes sociais após a divulgação do empate técnico.
A militância governista adotou uma postura mais cautelosa, preferindo apenas republicar as artes produzidas pela coordenação de campanha apresentando os números, com Marcus Alexandre ocupando o primeiro lugar.
A guerra de números está apenas no começo. Se os dados do Ibope retratam a realidade ou não, é desconhecido. O fato é que sua publicação acirrou ainda mais uma disputa que já estava ferrenha, despertando os militantes petistas, que pareciam estar com a bola murcha. Como se diz o clichê eleitoral, a melhor pesquisa será a das urnas.