Antes de começar a escrever a coluna, olhando a estante à minha frente, fiquei pensando que livro indicar, que livro marcou minha vida, decidida que estava a tratar do tema. Meio difícil escolher. São tantos. Cada um para um determinado momento, para uma determinada fase. Tem os descartáveis, que a gente lê e passa a adiante, os digitais também descartáveis e aqueles que apenas não há como se desfazer. Diante da dúvida me quedo: não sou capaz de escolher um único livro. Mas guardo paixão absoluta por Orgulho e Preconceito, Paris é uma Festa, Tirando os Sapatos, Richard Bach da minha adolescência, as poesias de Drummond e Neruda, quase todos os livros do rabino Nilton Bonder, Tostoi e Hannah Arendt de velhas memórias. E, claro, Antoine de Saint-Exupéry, porque tenho várias edições guardadas e anotadas. Há muitos outros, claro. Isso não significa que sou culta. Apenas que as vezes me entendo melhor com livros que com gente. Não julgue minha natureza introspectiva. Nos dias maus, duros, difíceis, faço melhor em guardar-me entre páginas e páginas de histórias, nem sempre de autores tão nobres como os citados, uma vez que um bom besteirol também me agrada.
Sim, meu caro, minha cara, não sou uma madame ou intelectual empedernida. Já li mais Sabrinas que você poderia contar. Isso sem contar mil Júlias, Bárbara Cartland, etc. Quando é para esvaziar a mente, romances e filmes água com açúcar são o que há de melhor.
Porém, se fosse para escolher um livro, um único livro que eu pudesse ter e ficar para sempre, sem dúvida escolheria O Profeta de Khalil Gibran, já que perdi Jesus, o Filho do Homem, há mais de 20 anos. O profeta é simples e fácil leitura. É um manual de vida. Para toda a vida. Se você ainda não leu, leia, vale a pena. E se pudesse levar dois, seria outro de Gibran: Segredos do Coração, que tem um dos textos dele que mais amo (nós e eles ou os filhos do pesar). Não por acaso, Khalil Gibran é um dos meus escritores favoritos. A mim tem a ver com memória, identidade, sentimento de pertença. E mesmo a quem não tem esses sentimentos é difícil não gostar dos seus escritos, não beber de suas palavras. Dele guardo na memória que “vossa razão e vossa paixão são o leme e as velas da vossa alma navegadora… que a razão governando sozinha é uma força que confina; e a paixão sem cuidado, é uma chama que queima até se destruir. ”
Nos dias de amargor, nos dias de dúvidas, incertezas, calmaria ou tempestade, me abraço com Gibran e afogo a dor, lembro de quem sou e navego na porção mais doce de O Profeta, logo aquela que trata das coisas amargas, ao me dizer: grande parte da vossa dor foi vós que escolhestes. É porção amarga com que o médico dentro de vós cura vosso ser doente. Portanto, confiai no médico e tomai o seu remédio em silêncio e tranquilamente; pois a mão dele, apesar de pesada e áspera, é guiada pela mão macia do invisível. E o cálice que ele traz, apesar de queimar vossos lábios, foi feito da argila que foi umedecida com as próprias lágrimas sagradas do Oleiro”.
Por isso, não se assuste com o meu silêncio e quietude – logo uma tagarela inquieta como eu, hein? – Estou a ler e tomar meus remédios amargos…
P.S: A Bíblia não entra nesta lista. É meu livro diário. Faz parte de mim. Está em mim. Sou fruto da palavra, do verbo encarnado…
Bom dia!!!
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