Obviamente que qualquer eleição só é decidida depois que se abrem as urnas. Até esse momento todos os candidatos têm chances de vencer. E eleição não é uma ciência exata. Mas também é certo que através de pesquisas e do retrato momentâneo da sociedade dá para sentir quem são os candidatos com mais ou menos chances. Por isso, não consigo entender a candidatura de Bocalom à prefeitura de Rio Branco. Aparentemente o momento não lhe é favorável. Isso já havia acontecido em 2014. Se Bocalom tivesse saído candidato a deputado federal acredito que teria sido eleito com uma votação expressiva por representar um político de oposição ao PT e o descontentamento popular. Atualmente poderia estar se destacando no Congresso Nacional e pavimentando o seu caminho para uma possível disputa ao Governo do Estado, em 2018. recentemente foi oferecido, segundo apurei nos bastidores, a possibilidade de Bocalom ser o superintendente do INCRA no Acre. Uma área que o ex-prefeito de Acrelândia conhece bem e poderia ter uma atuação de excelência e renovar a sua base política. Ele também não aceitou e preferiu novamente ser candidato na Capital. Na minha opinião, mais uma oportunidade perdida.
A palavra do destino
Li na coluna do Luiz Carlos que o Bocalom teve uma reunião no PR da ex-deputada Antônia Lúcia e lhe ofereceram uma vaga para disputar a vereança. Não deve ter sido fácil para o candidato majoritário ouvir essa “oferta”.
Percepção do momento
Tudo indica uma candidatura solitária de Bocalom. O PR deve seguir com o vereador Raimundo Vaz (PR), o PMDB já bateu martelo com Eliane Sinhasique (PMDB) e o PSDB deverá apoiar a candidatura de oposição com mais chances.
Questão de imagem
A obstinação de Bocalom não deixa de ser admirável. Mas a sua imagem pública ficou relacionada às suas seguidas derrotas ao Governo e à prefeitura da Capital. Por isso, algumas pesquisas que vi mostram uma rejeição grande ao seu nome.
Bem-intencionado
Que Bocalom encarnou o espírito de resistência ao PT durante o melhor período dos governistas no Acre não há dúvida. Também desafiou o poder constituído com algumas propostas que foram ridicularizadas e depois aproveitadas pelos próprios petistas como é o caso da Cidade do Povo.
Renovação
Mas acho que desde de 2014 Bocalom deveria ter apresentado um novo repertório aos eleitores acreanos. Poderia ter renovado os rumos da sua jornada política para alcançar os seus objetivos. Seria mais fácil do que continuar dando murro em ponta de faca.
A nova cara de Cruzeiro
A candidatura da delegada Carla Ivani (PSB) à prefeitura de Cruzeiro do Sul é resultado dos novos tempos do município. Ela será a candidata das pessoas que vieram de fora para trabalharem em diversos setores da sociedade. Gente ligada ao Ministério Público, ao Tribunal de Justiça, à Polícia Federal e à Universidade.
Mensagem subliminar
Se o “povão” de Cruzeiro do Sul vai absorver essa mensagem de “mudança” já é uma questão que dependerá da campanha da delegada. Porque só com as novas elites não é possível vencer a eleição. O deputado federal César Messias (PSB) e o governador Tião Viana (PT) vão “jogar pesado” a favor de Carla Ivani. Mas isso será o suficiente?
Prudência e caldo de galinha
Por outro lado, com todos esses setores engajados na campanha de Carla Ivani os seus adversários devem tomar cuidado para não perderem por WO.Principalmente os “gastadores” tenham a certeza que será uma campanha bastante judicializada.
Pé no chão
Conversando com o senador Jorge Viana (PT), em Brasília, ele me falou algo que procede. Nessas eleições cada centavo gasto terá que ser provado. Não existem mais as doações das empresas. Então cada um terá que ter uma lista de doares de campanha, pessoas físicas, em condições legais para comprovar despesas.
Livre, leve, solto
Henrique Afonso (PSDB) está acostumado fazer campanha com poucos recursos. Em 2012, candidato a prefeito em Cruzeiro, não aceitou doações de alguns empresários. Chegou ao final da campanha a pão e água, mas livre de processos.
Muito barulho por nada
O presidente do PHS do Acre, Manoel Roque, consegue desafiar as leis da física. O partido não tem nenhum cargo eletivo importante e faz um barulho político danado. Manoel Roque consegue estar sempre em reunião com o governador Tião Viana e o prefeito Marcus Alexandre (PT) negociando o “indispensável” apoio do PHS. Não deixa de ser admirável e esperto.
Jogo certo
Em sena Madureira parece que as candidaturas estão se definindo. Charlene Lima (PV), Mazinho Serafim (PMDB), Toinha Vieira (PSDB) e Mano Rufino (PSB). Ali é racha da FPA e na oposição. Vai ganhar quem tiver mais “conversa” face to face com o eleitor.
Isca de polícia
Me contaram que tem gente espalhando aos quatro ventos que tem muito dinheiro para gastar nas eleições à prefeitura de Sena. Quem estiver criando essa ilusão para os eleitores carentes pode também estar despertando a atenção da Polícia Federal. Afinal, dinheiro não dá em árvores.
Não é tirar doce de criança
Eleição no Acre não é tirar doce de criança e muito menos empurrar bêbado em ladeira. Antevejo três disputas intensas em Rio Branco, Sena Madureira e Cruzeiro do Sul. E como me disse o senador Jorge Viana o grande perigo dessa eleição é o candidato ganhar nas urnas, mas não levar. Com esse turbilhão político que o país está vivendo que tem foco na corrupção diretamente relacionada às eleições todo atenção é pouca para quem gosta de esbanjar. Além disso, os candidatos que preparem uma boa equipe jurídica para enfrentar as denúncias. A campanha terá dois cenários evidentes, a busca pelos votos nas ruas e as disputas nos tribunais. Não adianta querer ignorar a essa realidade. As denúncias, algumas procedentes e outras não, irão “pipocar” enquanto a campanha transcorre. Será necessário ter muito cuidado. O muito poderá significar pouco ou nada. Quem tiver ouvido que ouça…