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Vagner Sales quer César Messias como adversário em Cruzeiro do Sul

Por
Nelson Liano Jr.

Encontrei com o coordenador do Governo do PT no Juruá, Itamar de Sá, em Rio Branco, e perguntei sobre o retorno das especulações da candidatura do deputado federal César Messias (PSB). Itamar confirmou que estão ocorrendo conversações para César ser candidato a prefeito de Cruzeiro do Sul. A notícia já tinha sido confirmada por uma pessoa, em Brasília, muito próxima de Messias. Também uma outra fonte ligada ao deputado, em Cruzeiro do Sul, tinha me dito que essa candidatura poderá se tornar realidade no limite do tempo do registro das candidaturas. Existe, inclusive, a possibilidade do governador Tião Viana viajar no início do próximo mês a Cruzeiro do Sul para bater o martelo de toda essa articulação. Portanto, as possibilidades de César ser candidato em Cruzeiro do Sul, são muito mais reais do que se pode imaginar.


A reação de Vagner Sales
Em seguida, conversei com o atual prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (PMDB) sobre como avalia a entrada de Messias no cenário eleitoral do município. Bem ao seu estilo, Vagner, sentenciou: “Quero que tragam um candidato para disputar que movimente a eleição. Até agora aqueles que o PT apresentou são muito fracos, não dá nem graça,” ironizou.


Esquentando a chapa
Vagner disse ainda: “Nunca escolhi adversário em Cruzeiro do Sul para disputar eleição. César Messias é meu freguês, nunca conseguiu ganhar uma eleição de mim. Na última, em 2014, trouxe a minha filha Jéssica Sales (PMDB) de São Paulo e com 40 dias de campanha colocamos quase o dobro de votos em cima do César aqui no município,” afirmou.


Lembrando o fato
Nessa disputa pela prefeitura do segundo maior município do Acre, o candidato do PMDB será o ex-deputado federal Ilderlei Cordeiro (PMDB) apoiado por Vagner. Mas o prefeito já reeleito está empenhado na campanha do seu sucessor como se fosse a sua.


Munição
Se César for confirmado à disputa Vagner afirma já ter munição. Vai questionar sobre o destino das emendas do deputado federal. “Se o César gostasse desse povo daqui teria trazido ao menos um real das suas emendas para ajudar os cruzeirenses,” diz Vagner.


O outro lado
Itamar de Sá me disse que César Messias será um candidato forte em qualquer quadro. Mas aposta na divisão da oposição com as candidaturas de Ilderlei e de Henrique Afonso (PSDB) para facilitar uma possível vitória de César Messias.


Briga de gigantes
Se é uma eleição quente que o prefeito Vagner Sales quer, com César, Ilderlei e Henrique calor na disputa não vai faltar. Dois ex-deputados federais, um atual deputado e ex-prefeito do município. Fora isso entram os apoiadores. César terá no governador Tião Viana seu maior cabo eleitoral. Henrique contará com o apoio do deputado federal Major Rocha (PSDB).Enquanto Ilderlei terá Vagner e o senador Gladson Cameli (PP) ao seu lado. Será a eleição mais disputada na história de Cruzeiro do Sul, se essas candidaturas se confirmarem.


A irritação de Bocalom
Não perguntem para Bocalom (DEM) se ele é ou não candidato a prefeitura da Capital. A resposta será num tom de irritação: “nunca disse que não era mais candidato. Não retirei a minha candidatura”. A contestação de Bocalom procede porque em todas as mais recentes eleições no Acre, ele sempre foi candidato. E por que não seria agora? Uma eleição majoritária sem o Bocalom, não terá graça.


Questionamento
Bocalom não entende porque o PMDB quer a cabeça de chapa, com Eliane Sinhasique (PMDB), numa “possível” composição de unidade da oposição. Ele me disse que está em campanha, andando pela Capital e conversando com os eleitores.


Unidade baseada em cargos
A FPA consegue manter a sua unidade com a distribuição de cargos nas gestões do Estado e da prefeitura da Capital. Mesmo com Temer na presidência, a oposição, não tem lugares suficientes para saciar a vontade de todos. Portanto, não tem como alinhavar uma união estável.


O provável segundo turno
Não acredito que haverá só dois candidatos às eleições de Rio Branco. As divergências nos distintos grupos da política são grandes. Os interesses pessoais de cada um são incompatíveis com a unidade. Portanto, acho que o melhor para o eleitorado é que as forças se revelem durante a eleição.


Chantagem
Vivendo nos bastidores da política acreana tenho visto ações de alguns políticos altamente fisiológicas e pouco ideológicas. Isso vale também para a FPA. É um verdadeiro toma lá e dá cá. Alguns que detém “partidinhos de aluguel” são verdadeiros chantagistas no gargarejo das benesses do poder.


O eleitor é a força
Alguns dirigentes partidários falam em unidade, mas só olham para o próprio umbigo. Quem quiser ser candidato, seja em Rio Branco ou qualquer outro município acreano, que crie boas propostas e apresente aos seus eleitores. Não perca tempo com esse estéril jogo de interesses políticos.


Palco iluminado
O ex-secretário da SEHAB, Jamyl Asfury (PDT) está muito feliz em voltar a ser deputado. Ele me disse que terá o palco ideal para provar a sua inocência sobre as denúncias de “corrupção” na secretaria que comandava.


Sem medo
Perguntei ao Jamyl se as investigações sobre a distribuição irregular de casas populares pelo Governo do Acre poderiam ir parar na Polícia Federal. Ele me respondeu que se isso acontecer será muito bom. Jamyl vê como mais uma oportunidade para provar a sua inocência.


Marido traído
Outra questão que levantei foi a respeito da proximidade de dois assessores seus envolvidos nas denúncias de corrupção. Ele contestou: “Isso é que nem levar chifre da esposa. A gente não sabe que ela está saindo com outro homem até descobrir”.


Tiro no pé
Jamyl com a tribuna da ALEAC disponível vai se defender. Poderá sobrar para outros membros do Governo. Na hora do salve-se quem puder é difícil manter a lealdade a projetos políticos de poder. E pela conversa que tive com Jamyl tem muita coisa ainda “nebulosa” no passado da SEHAB.


Eleições sempre são o mais importante
E se esse processo de corrupção que está sendo investigado pela Polícia Civil na SEHAB tiver relação direta com processos eleitorais? Seria importante o Ministério Público Federal e a Polícia Federal investigarem. Isso garantiria uma apuração descontaminada de fatores regionais e domésticos. Mesmo que até aqui a polícia do Acre e o MPE tenham feito um bom trabalho. Agora, casa própria sempre é um objeto de desejo para muita gente. É uma moeda de troca forte. Pode ser que os processos de corrupção tivessem apenas ligação com enriquecimento ilícito de alguns funcionários da SEHAB. Mas e se numa investigação mais profunda se chegar a interesses eleitorais nessa distribuição de casas? Aí “a porca pode torcer o rabo” e muita gente importante cair na lama.


 


 


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Nelson Liano Jr.

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