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Após impeachment as atenções se voltarão às eleições municipais

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Nelson Liano Jr.

O que estará em disputa nas eleições de 2016 não são só as prefeituras e as cadeiras de vereadores. Com a certeza que nesta quarta, 11, a presidente Dilma (PT) deverá ser afastada do cargo por 180 dias a eleição terá uma conotação muito mais ampla. O vice Michel Temer (PMDB), assumindo a presidência, precisará de um respaldo político e o caminho mais curto para que isso ocorra é uma retumbante vitória nas urnas dos seus aliados. Se o PMDB e os partidos que irão integrar o novo governo conseguirem um número significativo de prefeituras, sobretudo, das capitais brasileiras, irão utilizar o fato como um indicativo de apoio popular. É o caminho para Temer referendar a sua permanência no poder e tomar medidas que permitam ao país retomar o crescimento econômico e a geração de empregos. Portanto, passado o impeachment as eleições municipais voltarão às manchetes e terão campanhas que refletirão toda a problemática que o Brasil atravessa politicamente.


Rio Branco, a cereja do bolo
Na Capital do Acre os eleitores assistirão uma das mais disputadas eleições da sua história. O que estará em jogo não será apenas a prefeitura, mas a permanência ou a queda do PT. Se a FPA perder em Rio Branco o efeito cascata poderá influenciar resultados em 2018 ao Governo e ao Senado.


Reviravolta
A tendência de várias candidaturas de oposição está convergindo para uma única. Tudo indica uma eleição polarizada entre o atual prefeito Marcus Alexandre (PT) e a deputada estadual Eliane Sinhasique (PMDB).


Disputa ideológica
Mais que a capacidade dos dois concorrentes de governar Rio Branco os fatores ideológicos irão contar. Marcus terá o apoio do governador Tião Viana (PT) e do senador Jorge Viana (PT). Enquanto Sinhasique terá o provável apoio do presidente Michel Temer e do deputado federal Flaviano Melo (PMDB).


A hora do pé no chão
Outro fator que vai ser notável nas eleições em Rio Branco será a diferença de investimento econômico na campanha. Nenhum dos dois lados terá grandes recursos financeiros para investirem nas eleições. A crise e as denúncias de corrupção acertaram em cheio o rio de dinheiro que corria nas eleições.


Segundo turno distante
Se a eleição de Rio Branco for polarizada entre PT e PMDB provavelmente não haverá segundo turno. A fatura será decidida em turno único. A não ser que apareça uma terceira via que seja representativa. Mas essa possibilidade está diminuindo conforme o jogo avança.


Cenário complicado
Fica muito difícil numa crise como a atual algum partido pequeno bancar uma candidatura robusta. Quem vai querer colocar dinheiro numa aposta? Pelo andar da carruagem acredito cada dia mais em apenas duas candidaturas. Se surgir algo novo, provavelmente, não irá representar muito a nível de votos.


Um novo partido
O PT sairá desse processo de impeachment estigmatizado. O que tenho ouvido de políticos de esquerda de vários estados é que deverá surgir um novo partido. Haverá uma migração de legendas tradicionais como o PT, o PC do B e o PSOL para a nova sigla.


Faltou espelho
O próprio PT não soube avaliar os avanços sociais que conseguiu implementar no Brasil. Preferiu se aliar à direita e acabou sendo engolido pelos próprios aliados. Também optou pelos rios de dinheiro em eleições ao invés de uma divulgação mais consciente dos avanços conquistados.


Só na hora do desespero
O PT depois que chegou ao poder se afastou dos movimentos sociais. Ignorou também a sua militância. Na realidade traçou um caminho muito similar a de outros partidos da direita. Se envolveu em corrupção. Só agora pediu socorro a quem deveria ser a sua base de sustentação.


Desarticulados
Por isso, não acredito numa reação forte dos movimentos sociais depois do impeachment da presidente Dilma. Esse pessoal foi relegado a terceiro plano. Preferiram negociar com os tubarões da política e acabaram sendo engolidos.


Autofagia
A realidade é que o PT consumiu a si próprio no processo político. Sobretudo por não valorizar os seus verdadeiros aliados. Projetos de distribuição de renda, avanços reais na educação, valorização do mercado interna, foram algumas das bandeiras petistas que ficaram pelo caminho.


Solução só em 2018
Acredito que o Temer fará um governo “tampão”. Vai acalmar os ânimos e resolver parte da crise econômica. Mas só em 2018 quando o novo presidente for eleito o Brasil poderá sonhar em voltar ao nível de desenvolvimento social e econômico das duas últimas décadas.


Queda política
Dilma vai cair por não saber se articular politicamente. Um dos grandes responsáveis pelo fracasso do atual governo do PT chama-se Aloisio Mercadante (PT). O atual ministro da educação sempre foi muito ambicioso e acreditou que o PT, depois de uma eleição apertada contra Aécio Neves (PSDB), ainda tinha a mesma força política dos tempos de Lula (PT). Não tinha e, por isso, vai cair. Mercadante não foi um bom conselheiro e manteve sempre Dilma distante dos seus aliados de outros partidos. Ele foi um dos responsável por não deixar Temer assumir de fato e de direito a articulação política do atual governo. Perderam tudo no Congresso Nacional e ainda fortaleceram uma adversário interno. Agora, não adianta Mercadante gastar a sua voz esgoelando que não vai ter golpe. O impeachment aconteceu dentro do próprio governo que não teve capacidade de avaliar corretamente o quadro político brasileiro.


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